Foto: Reprodução
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Com a alta volatilidade recente nos mercados e as economias cada vez mais globalizadas e impactantes no cotidiano, os investimentos no exterior podem ser formas inteligentes de equilibrar os riscos e aumentar os retornos do portfólio. A partir disso, alocar recursos em países economicamente estáveis e de moeda forte pode ser uma boa pedida.

André Wakimoto, advogado e atuante do mercado de capitais do Cepeda Advogados, em entrevista ao BP Money, afirmou que “a alocação no exterior é uma forma de mitigar a concentração de uma carteira”. 

Ele completou dizendo que “diversificar um pouco do seu portfólio a depender do seu perfil, sem dúvidas, mitiga os riscos de volatilidade da carteira e também mitiga os riscos cambiais”, disse.

Internacionalizar seus investimentos não se trata apenas de fugir de incertezas locais, mas de aumentar o leque de possibilidades para o que está além do disponível no mercado brasileiro, como as famosas big techs – grandes companhias de tecnologia, sempre bem representada no exterior, sobretudo, nos EUA.

Dólar em alta e os desafios da diversificação internacional

O dólar americano aparece como principal interesse de investidores, sobretudo pelo fato de ser a principal moeda de reserva internacional, amplamente usada em transações comerciais e precificação de commodities, o que corrobora com a preservação do poder de compra no longo prazo, sendo pouco afetado por inflações descontroladas.

Contudo, há uma série de pontos críticos para serem analisados antes de programar uma estratégia de investimento internacional. A decisão de externalizar capital envolve etapas mais complexas, como o cumprimento de obrigações fiscais no Brasil e no exterior, o ambiente político-econômico dos países investidos e as mudanças em regras regulatórias.

“O primeiro passo que o investidor brasileiro deve fazer é pesquisar. Tomar cuidado com assessores e assessorias no exterior e verificar se eles são habilitados e competentes”, afirmou André Wakimoto.

A cautela e a avaliação prévia fazem parte da boa postura do investidor. Estar atento continuamente às oscilações cambiais e tensões geopolíticas são determinantes para quem busca aquela diversificação internacional. 

Após a avaliação prévia do país que deseja alocar seu patrimônio, é necessário identificar o seu perfil, seja mais conservador ou arrojado. O autoconhecimento neste momento evita escolhas impulsivas e sem controle e ajuda a estruturar uma carteira de investimentos coerente com os seus planejamentos.

Em linha com o perfil, antes de escolher os ativos, é de suma relevância avaliar as suas motivações para a exposição internacional. Traçar metas e objetivos claros agora pode impedir dores de cabeça no futuro. 

Tributação à vista: cuidados ao investir fora do Brasil

Investir fora do país requer atenção às obrigações fiscais e às normas da Receita Federal. A necessidade de declaração de rendimentos e declaração dos ativos ao Fisco devem ser realizados conforme a legislação brasileira.

Há ainda casos de tributos no país de origem, ou seja, mais um ponto de atenção para acordos de possível bitributação. As operações com ganho de capital também estão sujeitas a alíquotas específicas e proporcionais ao lucro obtido.

Os investimentos no exterior são movimentações estratégicas e que exigem o máximo de atenção. Apesar das inúmeras vantagens, há também, inúmeras desvantagens. É dever de cada um avaliar, de preferência, com a ajuda de profissionais qualificados, quais decisões tomar neste momento rigoroso.