O índice IPCA-15, uma prévia da inflação oficial do país, registrou uma aceleração em fevereiro, com um aumento de 0,78% em comparação com janeiro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês anterior, o IPCA-15 havia ficado em 0,31%. O resultado de fevereiro ficou ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas do consenso LSEG, que projetavam uma inflação mensal de 0,82%.
IPCA-15 acumula alta em 2024
No ano, o índice acumula alta de 1,09% e nos últimos 12 meses, de 4,49%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já em fevereiro de 2023, o IPCA-15 foi de 0,76%.
Sendo assim, dos nove grupos de produtos e serviços consultados, oito registraram alta em fevereiro. Ao todo, o resultado foi influenciado pelo grupo Educação, com alta de 5,07% e impacto de 0,30 ponto percentual no índice geral. O grupo foi puxado pelos cursos regulares, que tiveram alta de 6,13%.
Outros setores que se destacaram incluem Alimentação e Bebidas, registrando um aumento de 0,97% e contribuindo com 0,20 ponto percentual para o indicador, e Saúde e Cuidados Pessoais, com um aumento de 0,76% e uma contribuição de 0,10 ponto percentual.
O setor de Vestuário foi uma exceção, apresentando uma queda em fevereiro, com uma variação de -0,39% e um impacto de -0,02 ponto percentual no índice geral.
Visão dos analistas sobre IPCA-15
“São números relativamente altos, mas que não trouxeram surpresas para cima, ao contrário das últimas leituras desde o fim de 2023. Portanto, é uma boa notícia”, ressalta o economista da Highpar, Maykon Douglas.
Nesse sentido, o economista destaca que, o resultado não muda o atual plano de voo do BC na medida em que o processo de desinflação prossegue, como temos discutido. “Mas a parte mais sensível à mão de obra continuará sob escrutínio do Copom, sobretudo se os próximos resultados para o mercado de trabalho continuarem fortes”, explica Maycon Douglas.
Para a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, a surpresa baixista ficou concentrada em passagem aérea, repetiu o sinal de deflação visto em janeiro. E por alimentos, in natura, mais fracos (1,16% vs. alta de 1,40% projetado). Além disso, gasolina subiu menos que esperado por nós e apresentou alta de 0,84%.
“Para março, vemos alta de 0,21%, subindo em relação ao esperado de 0,12%, ajustando passagem aérea que apresentou deflação antecipada em fevereiro. Para o ano seguimos com 4% e para 2025 com 3,50%. Acreditamos que março será um ponto importante na inflação do trimestre, que poderá marcar o início da devolução de 3% em alimentação no domicílio”, comenta Andreá.