Puxado por energia

IPCA acelera para 0,56% em outubro e estoura teto da meta de inflação

No ano, a inflação acumulada é de 3,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,76%, ultrapassando, assim, o teto da meta de 3% estipulada pelo governo

Energia elétrica IPCA
Foto: Pixabay

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) avançou 0,56% em outubro, após registrar avanço de 0,44% em setembro, indicou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).

No ano, a inflação acumulada é de 3,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,76%, ultrapassando, assim, o teto da meta de 3% estipulada pelo governo. Em setembro, a inflação acumulada era de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%.

O IPCA de outubro veio acima do esperado pelo consenso de analistas, que previa uma alta entre 0,51% e 0,53% no IPCA. Na comparação anual, projetava-se uma inflação de cerca de 4,71%.

IPCA de outubro foi puxado por energia elétrica

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram maior influência nos resultados de outubro: Habitação (1,49%) e Alimentação e bebidas (1,06%), com contribuição de 0,23 p.p. cada. Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,38% de Transportes e a alta de 0,70% de Despesas Pessoais.

No grupo Habitação (1,49%), o resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial (4,74%), com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$7,877 a cada 100 kwh consumidos, a partir de 1º de outubro.

Em Alimentação e bebidas (1,06%), a alimentação no domicílio passou de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.

Foram observados aumentos nos preços das carnes (5,81%), com destaque para os seguintes cortes: acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Altas também foram observadas no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%).

No lado das quedas, destacaram-se a manga (-17,97%), o mamão (-17,83%) e a cebola (-16,04%).

A alimentação fora do domicílio (0,65%) registrou variação superior à do mês anterior (0,34%). O subitem refeição acelerou de 0,18% em setembro para 0,53% em outubro, enquanto o lanche acelerou de 0,67% para 0,88%.

No grupo Transportes (-0,38% e -0,08 p.p.), o resultado foi influenciado principalmente pelas passagens aéreas (-11,50% e -0,07 p.p.). Trem (-4,80%), metrô (-4,63%), ônibus urbano (-3,51%) e integração transporte público (-3,04%) contribuíram também para o resultado negativo do grupo, em decorrência das gratuidades concedidas à população nos dias das eleições municipais.

Em relação aos combustíveis (-0,17%), houve queda no etanol (-0,56%), no óleo diesel (-0,20%) e na gasolina (-0,13%), enquanto o gás veicular (0,48%) registrou alta.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,38%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Desse modo, no IPCA de outubro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro.