Inflação brasileira

IPCA: “Não reagimos a um número”, diz Campos Neto 

No entanto, Campos Neto indicou cautela em relação às medidas da autoridade monetária

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IPCA / Pixabay

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, elogiou nesta sexta-feira (19 de abril de 2024) a desaceleração do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março. No entanto, ele indicou cautela em relação às medidas da autoridade monetária.

“Nós não reagimos a um número, mas é importante ver que no final –quando você olha para um horizonte ou se você olhar para uma média– os números estão convergindo para o que nós achamos ser razoável”, declarou em uma reunião com investidores organizada pelo Bank of America (BofA).

Em março, a inflação no Brasil registrou uma taxa de 0,16%, de acordo com o IPCA, indicador calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse valor representa uma desaceleração em relação a fevereiro, quando os preços subiram 0,83%.

Projeção do IPCA

A relação fundamental do Banco Central com o IPCA está relacionada à taxa básica de juros, a Selic. Quando a taxa de juros aumenta, o crédito se torna mais caro, o que tende a desacelerar o consumo e a produção. Como resultado, a pressão sobre os preços diminui, levando a uma menor taxa de inflação.

“Precisamos avaliar. Acho que o último número tem confirmado o que dissemos no passado, que não podemos reagir com números de curto prazo. Precisamos ver outras tendências”, declarou.

No momento, a taxa Selic está em 10,75% ao ano. Há expectativas de que na próxima reunião do Copom, agendada para 8 de maio, ocorra uma redução adicional de 0,5 ponto percentual.

Incerteza global pode fazer Copom rever cenário, diz Campos Neto

O presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto disse que em meio a mudança na meta fiscal para o ano de 2025, somado à expectativa de adiamento, além do previsto, do início de ciclo de corte dos juros norte-americanos, acredita que pode vir a rever o cenário-base.

No cenário de incerteza global, Campos Neto disse que toda projeção feita pelo Copom (Comitê de Política Monetária) vem acompanhada do alerta de que a perspectiva pode ser alterada se as condições apresentarem mudanças.

“[Se a situação mudar muito] podemos avaliar […] não é nada novo. Não posso falar mais que isso, precisamos esperar e ver como as variáveis evoluem daqui para a próxima reunião”, disse o presidente da autarquia monetária se referindo às próximas deliberações do Copom, que acontecem entre os dias 7 e 8 de maio.