Fraude contábil

IRB (IRBR3): CEO da Eletrobras e ex-presidente da Caixa foram acusados

A peça acusa onze ex-diretores e conselheiros da empresa

Ivan Monteiro, CEO da Eletrobras
Foto: Divulgação

Entre as onze acusações do caso de fraude contábil na IRB (IRBR3), constam o ex-CEO da Petrobras (PETR3; PETR4) e atual diretor-presidente da Eletrobras (ELET3; ELET6), Ivan Monteiro, e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo de Jair Bolsonaro, Pedro Guimarães.

Monteiro foi presidente do Conselho de Administração do IRB até 2020, enquanto Guimarães é ex-conselheiro do ressegurador.

Além deles, Alexsandro Broedel Lopes, ex-conselheiro do IRB que foi diretor financeiro do Itaú até julho deste ano, também está na lista.

Marcos Bastos Rocha, Maria Elena Bidino, Roberto Dagnoni e Vinicius Albernaz também integram a lista de acusados, também ex-conselheiros, integram as acusações.

Os demais réus do caso de fraude no IRB: Fernando Passos, ex-CFO da empresa; José Carlos Cardoso, ex-presidente; Lucia Maria da Silva Valle, vice-presidente executiva de riscos; Werner Suffert, vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores.

IRB (IRBR3): entenda o caso de fraude contábil

A parte acusatória de um dos processos em torno da suposta fraude contábil no IRB (IRBR3) foi concluída pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no dia 02 de agosto, segundo apuração do jornal “O Globo”.

Parceiros

O PAS (processo administrativo sancionador) foi aberto em maio de 2023 e apura uma suspeita de irregularidades nos registros contábeis e demonstrações financeiras da IRB, referentes ao exercício social de 2019.

A fraude contábil começou a ganhar visibilidade em fevereiro de 2020, quando a gestora de recursos Squadra Investimentos publicou uma carta aberta questionando a transparência e a qualidade dos resultados financeiros da empresa.

A Squadra sugeriu que o IRB estava inflando seus lucros por meio de práticas contábeis questionáveis, o que elevou o preço das ações de forma artificial.

A situação se agravou quando, em fevereiro do mesmo ano, surgiu a notícia de que Warren Buffett, por meio da sua empresa Berkshire Hathaway, teria comprado ações do IRB.

Essa informação foi utilizada pela alta administração do IRB para sustentar a confiança no mercado, mas logo se revelou falsa. Em março de 2020, a própria Berkshire Hathaway desmentiu publicamente o boato, afirmando que não tinha qualquer participação no IRB.

A fraude levou à renúncia de membros da alta administração da empresa, incluindo o CEO e o CFO. O caso foi investigado pela CVM e pelo Ministério Público, que buscaram apurar responsabilidades sobre a divulgação de informações falsas ao mercado e as práticas contábeis irregulares.