De neutra para venda

IRB (IRBR3): JPMorgan vê desafio para lucro e recomenda venda após rali

Preço-alvo para IRB é de R$ 44, 9% abaixo do fechamento da última terça

IRB
Foto; Divulgação / IRB (IRBR3)

O IRB (IRBR3) teve sua recomendação alterada de neutra para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente a venda) pelo JPMorgan, com um preço-alvo de R$ 44, cerca de 9% abaixo do fechamento da última terça-feira, que foi de R$ 48,20.

Como resultado, às 11h40 (horário de Brasília) desta quarta-feira (11), IRBR3 registrava uma queda de 8,11%, negociado a R$ 44,39.

O rebaixamento acontece após uma alta de 28% desde maio, comparada a 4% do Ibovespa, com IRBR3 subindo 65% somente em agosto, mês em que divulgou resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) que entusiasmaram o mercado.

Guilherme Grespan e sua equipe, responsáveis pelo relatório, apontaram que o rebaixamento se deve aos seguintes fatores:

1. Limitação para surpresas de lucro: O consenso já prevê um retorno sobre o patrimônio líquido tangível (RoTE) de cerca de 26% para 2025, o que reduz o potencial para surpresas positivas. O JPMorgan destaca que, embora “os preços permaneçam disciplinados”, é difícil acreditar que o nível atual de lucratividade será sustentável no médio prazo.

2. Valuation em comparação com concorrentes: O IRB está sendo negociado a um múltiplo de 7,7 vezes o preço sobre lucro (P/L) para 2025, o que representa um prêmio em relação a ações de outros setores financeiros, como os bancos tradicionais, exemplificados pelo Itaú (ITUB4; 7,5 vezes), e ao setor não bancário, como a Porto Seguro (PSSA3; com 20% de ROE, ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido).

3. Desaceleração no crescimento dos prêmios: O crescimento dos prêmios no setor de seguros brasileiro está desacelerando, especialmente no segmento rural, o que pode afetar negativamente o desempenho do IRB no curto prazo, segundo os analistas.

“De acordo com a SUSEP, os prêmios cedidos ao resseguro pelas seguradoras primárias atingiram R$ 8,6 bilhões no 2T24. Isso implica um leve crescimento de 2% na base anual e uma desaceleração significativa em relação a 10-30% em 2021-2023. Essa desaceleração, em nossa visão, é explicada principalmente por prêmios rurais mais fracos, que é um subsegmento importante para resseguro (estimado em cerca de 15% do mercado)”, avalia o JPMorgan.

Com a desaceleração da indústria, o banco acredita que há uma menor probabilidade de o IRB surpreender com o crescimento dos prêmios domésticos no curto prazo, o que tem sido uma preocupação para os investidores.

Para o banco, apesar de o ambiente de preços ter sido favorável, há dúvidas quanto à sustentabilidade dessa lucratividade a médio prazo, especialmente diante da desaceleração do crescimento do setor.

Entre as seguradoras listadas na B3, o JPMorgan destaca preferência por PSSA3, seguido por BB Seguridade (BBSE3), com o IRB sendo classificado em último lugar.

IRB (IRBR3): CEO da Eletrobras e ex-presidente da Caixa foram acusados 

Entre as onze acusações do caso de fraude contábil na IRB (IRBR3), constam o ex-CEO da Petrobras (PETR3; PETR4) e atual diretor-presidente da Eletrobras (ELET3; ELET6), Ivan Monteiro, e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo de Jair Bolsonaro, Pedro Guimarães.

Monteiro foi presidente do Conselho de Administração do IRB até 2020, enquanto Guimarães é ex-conselheiro do ressegurador.

Além deles, Alexsandro Broedel Lopes, ex-conselheiro do IRB que foi diretor financeiro do Itaú até julho deste ano, também está na lista.

Marcos Bastos Rocha, Maria Elena Bidino, Roberto Dagnoni e Vinicius Albernaz também integram a lista de acusados, também ex-conselheiros, integram as acusações.

Os demais réus do caso de fraude no IRB: Fernando Passos, ex-CFO da empresa; José Carlos Cardoso, ex-presidente; Lucia Maria da Silva Valle, vice-presidente executiva de riscos; Werner Suffert, vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores.