O IRB (IRBR3) encerrou 2022 com prejuízo líquido acumulado de R$ 630,3 milhões, segundo relatório divulgado pela companhia na noite de quarta-feira (8). O montante representa uma queda de 7,6% sobre os números de 2021, quando a resseguradora reportou perdas na ordem de R$ 682,7 milhões.
A companhia apresentou em 2022 uma queda de 9,9% no volume total de prêmios emitidos ante 2021, totalizando R$ 7,89 bilhões. O impacto maior veio do exterior, tendo o prêmio emitido caído 26,7% no comparativo anual, a R$ 2,51 bilhões.
No Brasil, a emissão totalizou R$ 5,37 bilhões, alta de 0,9%, refletindo a estratégia de focar no mercado local.
O prêmio retrocedido caiu 8,8% em 2022, acompanhando a queda no prêmio emitido. Assim, o total do prêmio retido foi de R$ 4,96 bilhões, decréscimo de 10,6% em relação ao ano anterior.
O prêmio ganho totalizou R$ 5,09 bilhões, montante 13,6% menor em relação a 2021.
O IRB registrou em 2022 uma queda de 11,2% no volume de sinistro retido, a R$ 5,31 bilhões.
O índice de sinistralidade acabou subindo de 101,5% em 2021 para 104,3% em 2022, “embora tenha havido redução nominal no sinistro retido no ano de 2022, mas que não compensou a queda no prêmio ganho”, destacou a empresa.
O resultado de subscrição foi negativo em cerca de R$ 1,45 bilhão, ante R$ 1,56 bilhão em 2021, impactado pelo menor volume de prêmios emitidos e volume de sinistros retidos no período.
Novo CEO pode ser o ponto de virada para o IRB em 2023
Em relatório divulgado em fevereiro, o BTG Pactual (BPAC11) elogiou o novo CEO do IRB, Marcos Falcão, que assumiu a resseguradora em novembro de 2022. Segundo os analistas do banco, a gestão de Falcão estava se esforçando para tornar a companhia ‘investível’ novamente.
“Conhecemos o Marcos Falcão, e saímos da reunião impressionados com o que ouvimos. Depois ingressou no quadro da diretoria do IRB em maio de 2020, assumiu a presidência em novembro e, nas últimas 10 semanas passou um pente fino na empresa. Ele está convencido de que o IRB tem uma equipe bem acima da média e está empenhado em melhorar aspectos culturais e objetivos internos”, escreveram os analistas.
Na visão de Ricardo Brasil, a presidência de Falcão está sendo frutífera para o IRB e poderá representar um ponto de virada para a campanhia já em 2023. O fundador da Gava Investimentos explica que o executivo está cortando gastos e tornando a resseguradora mais saudável financeiramente.
“O novo CEO do IRB tem focado em fazer um pente fino na empresa e está estudando o que pode ser feito realmente (para resolver os problemas financeiros). Com essa administração, creio que aconteça sim uma virada de chave em 2023 para que a empresa fique lucrativa. Claro, vai depender muito das margens e dos sinistros, mas eu posso falar que essa nova gestão é competente”, relatou Brasil.
Apesar do otimismo do mercado em relação ao novo CEO do IRB, Mota não vê quaisquer perspectivas positivas para a resseguradora ao longo de 2023, pois a empresa registrou diversos resultados negativos nos últimos anos. Desde 2017, quando realizou sua abertura de capital (IPO), as ações da companhia registraram desvalorização de mais de 90%.
“Não vejo perspectiva de um ano positivo para o IRB ainda em 2023. Marcos Falcão, que assumiu a presidência da empresa no ano passado, busca uma disciplina financeira bastante rígida e tem focado na mudança de cultura da empresa, algo que normalmente leva tempo. Ainda mais com o acúmulo de resultados negativos nos anos anteriores”, reiterou a fundadora da Who is Missing?.