O Itaú BBA realizou uma análise dos indicadores para identificar tendências na Bolsa brasileira, comparando-a com outros mercados emergentes e com o dos Estados Unidos.
O estudo apontou que o Brasil está mais desvalorizado em relação à sua média histórica, enquanto apresenta um perfil de retorno superior aos mercados avaliados, além de um crescimento de lucros equivalente.
O Itaú BBA também destacou que o momentum do mercado brasileiro, que mede a força das variações nos preços das ações, está sendo negociado com uma avaliação absoluta inferior e com um maior desconto.
Isso oferece retornos mais atrativos em comparação aos demais mercados emergentes, mesmo com um crescimento de lucros mais lento.
Ao avaliar o desempenho de longo prazo dos Fatores Brasil, o Itaú BBA observa que os fatores momentum e valor têm se destacado, registrando um crescimento acumulado de 340% e 283%, respectivamente, desde 2003.
Em análises de períodos mais curtos, o fator valor destacou-se significativamente na última década, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12%. Além disso, foi o único fator a apresentar uma CAGR positiva nos últimos 5 anos.
Por outro lado, o fator momentum mostrou um desempenho mais robusto no curto prazo, destacando-se com os melhores CAGRs de 3 e 2 anos, com 5% e 9%, respectivamente.
Diante de uma Selic mais elevada no curto prazo, o banco indicou que prefere direcionar sua exposição para fatores como qualidade e valor, em vez de focar em crescimento e small caps.
Nesse cenário, o BBA destacou cinco ações com combinações de fatores atraentes:
• Equatorial (EQTL3): Apresenta qualidade e crescimento de lucros em um setor defensivo.
• Direcional (DIRR3): Negocia com um baixo Preço/Lucro de um dígito e um ROE superior a 25% para 2024-25.
• Santos Brasil (STBP3): Destaca-se pelo momentum de preço e um perfil de ROE em ascensão.
• PRIO (PRIO3): Está sendo negociada a menos de 7 vezes o P/L, com bom crescimento de lucros e um ROE próximo a 30%.
• GPS (GGPS3): Tem uma trajetória de crescimento composto, ROE superior a 20%, e está negociando com um desconto de 13% em relação ao seu histórico.
Vale (VALE3): Itaú BBA avalia nomeação de CEO e reitera recomendação
O Itaú BBA analisou que a nomeação de Gustavo Pimenta, um nome interno, como CEO da Vale (VALE3), indica uma continuidade na estratégia atual da companhia e pode acelerar as negociações com o governo.
Conforme relatório do banco, enviado a clientes nesta terça-feira (27), essas negociações devem abranger questões como Mariana, concessões ferroviárias e licenças,. Além disso, segundo o BBA, o mercado espera que Pimenta priorize essas áreas no comando da Vale.
Os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares indicaram não antecipar mudanças na estratégia da mineradora diante da nova gestão.