O Itaú (ITUB4) registrou, nesta terça-feira (7), outro resultado robusto e recorde no primeiro trimestre de 2024 (1T24), reforçando sua posição como um dos principais bancos do país e ganhando destaque entre os analistas.
XP avalia
“Como uma combinação de um sólido aumento nas receitas e custo de crédito e despesas crescendo moderadamente, o lucro líquido recorrente atingiu outro recorde e fechou o trimestre em cerca de R$ 9,8 bilhões (alta trimestre de 4% e anual de 16% e em linha com a estimativa da XP)”, avalia a XP Investimentos.
“Este resultado recorde implica em um Retorno Sobre o Patrimônio Líquido Anualizado (ROAE) de 21,9%, 120 pontos-base (bps), e 70 bps maior anual e trimestralmente, respectivamente”, completa a XP.
Os analistas da XP destacam que, no geral, os números mostraram uma trajetória positiva, alinhada principalmente com as projeções, mesmo diante da sazonalidade desfavorável do primeiro trimestre.
A única ressalva entre os aspectos positivos foi o aumento modesto do portfólio de crédito, que cresceu apenas 2,8% em relação ao ano anterior, ficando abaixo do limite inferior do guidance (6,5%) e marcando outro trimestre de desaceleração.
A qualidade dos ativos permaneceu sólida, com o índice de inadimplência (NPL) acima de 90 dias atingindo 2,7%, uma diminuição de 10 pontos base em relação ao quarto trimestre de 2023, marcando o nível mais baixo dos últimos seis trimestres. A Margem Financeira (NII) continuou a crescer, alcançando R$ 26,9 bilhões no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Segundo a XP, “o banco continua a compensar o menor crescimento da carteira com melhores spreads. Na frente de despesas não relacionadas a juros, o banco mantém uma trajetória positiva, alcançando seu melhor índice de eficiência de 38,3%”.
Outras casas de análise avaliam Itaú
Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, avalia que a palavra que define o resultado do Itaú é consistência, com a empresa mantendo um retorno sobre o patrimônio líquido acima de 20% já há várias décadas, e esse desempenho positivo se manteve no primeiro trimestre de 2024.
Para a Genial Investimentos, o trimestre reforça a consistência dos resultados apresentados pelo banco ao longo deste ciclo de crédito, resultado de melhorias nos processos, tecnologia, modelos de crédito e gestão de pessoas e cultura.
As receitas totais continuaram em ascensão, enquanto as despesas administrativas foram mantidas sob controle e o custo de crédito diminuiu neste trimestre, resultando em uma expansão da rentabilidade.
A Genial também destaca que, conforme a visão do Banco Central (BC), a carteira de crédito permaneceu mais contida. Por outro lado, na visão ampliada, que inclui títulos privados encarteirados (excluindo variações cambiais), o crescimento da carteira subiu 5,6% anualmente e 1,0% no trimestre, alcançando R$ 1,18 trilhão.
O Goldman Sachs avalia que, apesar de um trimestre sazonalmente mais fraco em termos de margem financeira e taxas, o Itaú demonstrou um bom controle de despesas e um custo de risco saudável.
Embora o ajuste do Itaú no apetite ao risco provavelmente limite o crescimento (3% de alta no comparativo anual), o banco acredita que isso demonstrou criar valor em uma base ajustada ao risco.
“Os ROE [retorno sobre o patrimônio] também permaneceram saudáveis em todos os segmentos, com o varejo em 23,0% e o corporativo em 28,0%. Acreditamos que os resultados serão bem recebidos e reforçarão as perspectivas de crescimento de lucros e distribuição de dividendos”, avalia o banco, que destaca que o sólido controle de custos resultou no melhor índice de eficiência já registrado.