
O Banco do Brasil (BBAS3) e o Itaú (ITUB4) estão entre as ações de maior peso na nova carteira do Ibovespa. Contudo, especialistas apontam que as companhias estão sendo negociadas na Bolsa brasileira com desconto.
“Quando comparados com os múltiplos históricos, mesmo em cenários de estresse, presume-se que os indicadores estejam bastante descontados e não refletem o crescimento e ganho de ROE por parte dos bancos”, disse ao BP Money Ângelo Belitardo Neto, da Hike Capital.
A B3 (B3SA3) anunciou recentemente que renovou a carteira do Ibovespa, que irá vigorar entre 6 de janeiro e 2 de maio. Dentre as 87 empresas que compõem o indicador, a empresa destacou cinco com maior peso na composição.
A Vale ON (11,783%), Petrobras PN (8,353%), Itaú Unibanco PN (7,406%), Petrobras ON (4,720%) e Banco do Brasil ON (3,497%) são as companhias mais influentes no Ibovespa até o momento. Nesse sentido, é possível observar que dois setores se destacam entre essas empresas: o de commodities e o bancário.
Segundo Neto, o Itaú e o Banco do Brasil estão sendo negociados com preços atrativos, refletindo um yield de dividendos próximo a 10% ao ano. Além disso, o especialista destaca que o valor pode até ser maior caso as companhias apresentem resultados melhores, como é esperado pelo mercado.
“Ambos os bancos possuem uma elevada liquidez, facilitando a sua manutenção no índice”, disse o especialista.
Nesta perspectiva, a Hike Capital estabeleceu um preço-alvo de R$ 46,00 para o Itaú e de R$ 33,00 para o Banco do Brasil, considerando o crescimento do lucro e a recuperação da rentabilidade referente ao segmento agro.
Analista antevê acomodação dos juros, o que pode beneficiar Itaú e BB
O cenário atual de juros e inflação altos tende a se acomodar, de acordo com Mario Mariante, analista-chefe da Planner Investimentos. “A desaceleração acontecerá de forma gradual, tanto no estoque de crédito quanto nas concessões, conforme os efeitos do aperto monetário forem se intensificando.”
Em relação ao Itaú, Mariante destaca que o banco tem registrado bons resultados, com retornos consistentes acima de 22%, inadimplência contida e perspectiva atrativa de uma melhor precificação da ação. “Os resultados estão presentes em resposta à sua adequada estratégia de crédito, sua política de retenção de clientes e busca de eficiência com despesas controladas. Ressalte-se ainda sua política de dividendos, com um payout diferenciado e múltiplos atrativos.”