O Itaú (ITUB4) foi novamente destacado como uma das principais escolhas no setor financeiro diante das expectativas de aumento da taxa Selic.
O Morgan Stanley elevou sua recomendação para os ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York) de equalweight (exposição alinhada com a média do mercado, equivalente a neutra) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente a compra).
O preço-alvo foi ajustado de US$ 7,50 para US$ 8, representando um potencial de valorização de 38% em relação ao fechamento de sexta-feira (14).
Às 11h36 (horário de Brasília), as ações ITUB4 registravam alta de 1,19%, cotadas a R$ 31,51.
Itaú: valuation atrativo
Além da expectativa de uma Selic mais elevada por um período prolongado, o valuation atrativo, a característica defensiva em um contexto de deterioração das perspectivas macroeconômicas e políticas, e a sólida execução da companhia foram destacados como pontos positivos.
O banco americano lembra que reduziu a recomendação de overweight para equalweight em maio do ano passado, após analisar o desempenho das ações dos bancos em relação às taxas de juros básicas.
Destacou-se que o ITUB teve um desempenho inferior na maioria dos ciclos de flexibilização anteriores, além de ter apresentado a queda mais significativa no Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) entre os bancos de grande porte.
“No momento do nosso rebaixamento, a taxa Selic era de 13,75% e os participantes do mercado esperavam que as taxas atingissem 9,0% até o final de 2024 e 8,0% até o final de 2025″, avaliam os analistas do banco.
“Dito isso, devido às maiores preocupações fiscais no Brasil e cenário de taxas mais altas por mais tempo em todo o mundo, esperamos agora um ciclo de flexibilização muito mais superficial, com as taxas permanecendo no nível atual de 10,50% durante todo 2024 e no próximo ano”, acrescentam os analistas.
Morgan eleva estimativas de lucro por ação
O Morgan Stanley também aumentou suas estimativas de lucro por ação (LPA) para 2024, 2025 e 2026, elevando-as em 2% a 6% à medida que incorpora projeções de taxas Selic mais elevadas em seu modelo para o Itaú.
“Nossas estimativas de LPA em moeda local pressupõem um crescimento atraente de 16% em 2024, 10% em 2025 e 8% em 2026. Em termos de ROE, vemos 21,3% em 2024, 20,8% em 2025 e 20,1% em 2026”, destacam os analistas.
A recente queda do mercado proporciona um ponto de entrada atrativo para o ITUB, avalia o Morgan, destacando que os ADRs tiveram uma correção de 17% no acumulado do ano.
A elevação da recomendação é respaldada por uma execução exemplar, aumento da eficiência de custos e retornos de capital atraentes para os acionistas.
“O Itaú continua a liderar os bancos tradicionais da região na transformação digital, permitindo-lhe entregar crescimento de receita com melhoria consistente da eficiência de custos”, reforçando ainda que o dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) deve ser de atrativos 7%.