O Itaú Unibanco (ITUB4) confirmou ao mercado através de fato relevante publicado na última terça-feira (7), que está em conversas preliminares com o Banco Macro para vender sua operação na Argentina, o que representaria a saída do banco do país.
Embora o Itaú tenha focado em realizar aquisições, neste momento, priorizou as operações no Chile e na Colômbia, através da compra do Corpbanca. Na Argentina, por sua vez, o maior da América Latina em ativos não evoluiu na mesma proporção no país. Visto que o banco representa no país cerca de 1% do lucro do conglomerado, de R$ 8,4 bilhões no primeiro trimestre.
Após o Itaú confirmar sobre a possível venda de sua operação na Argentina, as ações do Banco Macro, listado na Argentina e nos EUA, registraram uma alta de mais de 10%, na terça-feira (7).
Itaú na Argentina
Em suma, o Itaú chegou à Argentina em 1988 através da compra do Banco Del Buen Ayre. Inicialmente, o banco operou com o nome Itaú Buen Ayre e, posteriormente, com Itaú Argentina. Na época, o banco tinha cerca de 1,5 mil funcionários em março e 71 agências. Uma estrutura menor do que no Chile e na Colômbia, com 1,5 mil e 2,3 mil funcionários, respectivamente.
Na carteira de crédito, por sua vez, a unidade era a menor, com R$ 9,6 bilhões em operações e crescimento de 7,9% em um ano, abaixo da média do conglomerado.
Cenário econômico
De modo geral, os bancos argentinos têm sofrido constantemente com a disparada da inflação no país vizinho, que pesa principalmente na qualidade do crédito. Elemento apontado por analistas como um problema, inclusive, para o potencial comprador do Itaú Argentina.
“Os resultados do Banco Macro foram sequencialmente mais fracos e continuaram a ser afetados pelos altos patamares de inflação, uma condição que não parece ter solução no curto prazo”, disse o BTG Pactual, em maio.
Desse modo, o ambiente fez com que o lucro do Banco Macro caísse 20% no primeiro trimestre, para 9,7 bilhões de pesos, o equivalente a R$ 195 milhões). Entretanto, o banco continuava bem capitalizado, com excesso de liquidez.
Sendo assim, uma economia inflacionária, a instituição prefere manter recursos em títulos do governo argentino, em tese mais seguros do que os empréstimos a pessoas físicas e empresas.