O Itaú voltou a ser o banco mais valioso da América Latina após as ações do Nubank despencarem 17,9% no início deste ano na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). A fintech vem sofrendo com os efeitos de um possível aperto monetário mais agressivo nos Estados Unidos, o que vem pressionando as novas empresas de tecnologia no geral.
Os papéis do Nubank recuaram 6,34%, a US$ 8,12, apenas na sessão desta sexta-feira (14). Com isso, o valor de mercado da roxinha caiu para US$ 37,4 bilhões, ante aos US$ 42 bilhões registrados pela empresa em dezembro. Com a queda das ações do Nubank, o Itaú retomou a posição de banco mais valioso da América Latina, com valor de mercado de US$ 39,5 bilhões.
Os ADRs do banco (recibos de ações negociados na Bolsa de Valores dos EUA), também negociados na NYSE, acumulam alta de 12,43% em 2022, indo no caminho oposto de sua concorrente digital.
O Bradesco, que também ocupa os primeiros lugares do ranking, subiu 10,2% e agora vale US$ 32,9 bilhões.
Por que as Techs estão caindo?
E não é só o Nubank que sofre com a promessa do Federal Reserve. Entre outras fintechs listadas nos Estados Unidos, a corretora digital Robinhood cai 15%, a Toast perde 25% e a Affirm recua 31%. O próprio Nasdaq, índice que concentra as empresas de tecnologia, tem perdas de 5% este ano.
Um dos motivos por trás das quedas é que o aperto monetário a ser promovido pelo banco central norte-americano para conter a inflação encarece o custo para a tomada de capital. Vale lembrar que as empresas de tecnologia estão entre as que mais precisam de recursos para financiar suas operações.
Atualmente entre 0% e 0,25% ao ano, a taxa de juros dos EUA pode subir a 2% ou 2,5%, segundo os analistas. Além de elevar os custos para as empresas, o percentual mais alto também aumenta a atratividade dos títulos públicos e pode provocar uma fuga dos investidores da bolsa para a renda fixa.