As ações da Itaúsa (ITSA4) estão sendo negociadas “em um patamar de desconto excessivo”, segundo os analistas do BTG Pactual (BPAC11). Apesar disso, a casa não fez recomendações de compra ou venda e nem estipulou preço-alvo para os papéis.
“Nós falamos isso no passado mesmo que as ações da Itaúsa estivessem fora da nossa cobertura de análise. E, no momento, mantemos nossa visão”, escreveram os analistas Thiago Paura, Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
“A Itaúsa tem uma capitalização de mercado [market cap] e R$ 77 bilhões, enquanto as fatias detidas da Itaú (ITUB4) e na XP (XPBR31) somam R$ 98 bilhões, implicando em uma avaliação [valuation] negativa em R$ 21 bilhões do restante do portfólio, o que nos parece injusto dada a qualidade e relevância das empresas”, completaram os analistas.
Nesta segunda-feira (05), por volta das 15:20 (de Brasília), as ações da Itaúsa caíam 1,71%, cotadas a R$ 8,62.
Itaúsa (ITSA4) pagará JCP
A Itaúsa (ITSA4) aprovou o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) na última sexta-feira (02). Segundo a companhia, em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o valor por ação será de R$ 0,1855.
Porém, se forem considerados os 15% de imposto de renda retido na fonte, o valor passa a ser de R$ 0,157675 por papel.
Os proventos serão pagos para os acionistas da Itaúsa em duas parcelas, em abril e em dezembro de 2023, em valores distintos. A primeira parcela será paga até o dia 28 de abril, no valor R$ 0,141 por ação. Já a segunda parcela será paga até 29 de dezembro do próximo ano, estimada em R$ 0,0445 por ação.
Ainda, apenas os investidores que compõem a base acionária da Itaúsa no dia 8 dezembro terão direito de receber os rendimentos. Portanto, a partir do dia 9 de dezembro, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
Itaúsa reduz dividendos “por bom motivo”, diz Setubal
Na última quinta-feira (01), o CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, afirmou, durante o Panorama Itaúsa, evento realizado no estúdio do Itaú Cultural, em São Paulo, que a holding reduziu os dividendos nos últimos anos “por um bom motivo”. Segundo Setubal, as empresas que fazem parte da holding estão realizando grandes investimentos e desalavancando seus balanços, com o intuito de crescer seus negócios.
“Neste momento estamos em um vale. O banco distribuindo menos, as empresas não financeiras distribuindo menos, mas com perspectivas de, a médio prazo, com investimentos mais consolidados, dívidas menos relevantes nos balanços da empresa, poder voltar a distribuir dividendos maiores”, disse Setubal.
“O próprio banco deve, nos próximos anos, aos poucos, aumentar o dividendo mínimo do que é pago. Vejo, a médio prazo, a Itaúsa retornando seus níveis históricos de dividendos na faixa de 40% do resultado, mas hoje estamos em um vale, pela boa razão de estarmos investindo”, completou Setubal.