A Itaúsa (ITSA4), holding controladora do Itaú Unibanco (ITUB4), pretende continuar vendendo ações da XP neste ano, mas fará as vendas quando entender que as condições de mercado são favoráveis, segundo o Broadcast. Após vender cerca de R$ 6 bilhões em ações da companhia entre 2021 e 2022, a holding ainda detém 6,6% do capital da companhia, em participação recebida após a cisão feita pelo Itaú entre 2020 e 2021.
“A ideia é continuar a vender ações da XP ao longo deste ano”, informou o presidente e diretor de Relações com Investidores da holding, Alfredo Setubal, em teleconferência com analistas e investidores para tratar dos resultados da companhia no ano passado, divulgados na segunda-feira (20).
Setubal disse que a Itaúsa vai olhar para duas variáveis para definir quando as vendas acontecerão e de que tamanho serão: os preços de mercado e as oportunidades de investimento. Nas vendas que já fez, a Itaúsa recebeu cerca de R$ 122 por ação da XP. Hoje, convertida a real, cada ação é negociada a cerca de R$ 60.
“Claro que o momento no mercado de capitais não é super favorável”, afirmou o executivo. Ainda segundo o Broadcast, ele lembrou ainda que com a amortização de dívidas realizada ao longo do último ano reduz a pressão para que a holding venda os papéis. Com os pagamentos já realizados, a empresa reduziu de R$ 400 milhões para zero as amortizações que seriam necessárias neste ano e no próximo.
Itaúsa (ITSA4): balanço do 4T22 tem lucro de 19% menor que ano anterior
A Itaúsa (ITSA4) divulgou o balanço do quarto trimestre com um lucro líquido de R$ 3,3 bilhões, número 19,3% menor que o mesmo período de 2021, trimestre que o Itaú chegou a R$ 4,117 bilhões. No total de 2022, o indicador cresceu 12,1%, saindo dos R$ 12,2 bilhões em 2021, para R$ 13,674 bilhões. O lucro líquido recorrente caiu 18,7%, para R$ 3,3 bilhões.
O ROE (retorno sobre o patrimônio) da Itaúsa fechou o trimestre em 18,5%, ante 26,5% do mesmo período do ano passado. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 202 milhões no quarto trimestre e R$ 618 milhões em 2022.
As despesas, em função da alta da taxa básica de juros no período e do maior endividamento bruto pela 5ª emissão de debêntures, são apontadas pela empresa como motivo do gasto de R$ 409 milhões a mais, na comparação com o período do ano passado. As despesas administrativas totalizaram R$ 46 milhões e R$ 167 milhões no quarto trimestre e 2022, respectivamente.