JBS (JBSS3): CVM forma maioria para absolver irmãos Joesley

Os irmãos eram acusado de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e abuso de poder de controle

Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram julgados em sessão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), realizada nesta terça-feira (30). A CVM formou maioria para absorver os irmãos Batista nos processos envolvendo a JBS (JBSS3),por suposta manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e abuso de poder de controle. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do BP Money. 

Os empresários foram alvos de três processos. Emerson Fernandes Loureiro, superintendente de tesouraria do Banco Original na época das acusações, também já tem maioria para ser absolvido.

Em um dos processos, Joesley e Loureiro eram acusados de ter usado informações privilegiadas para realizar operações com derivativos de taxas de juros. Apesar de já haver maioria pela absolvição, o julgamento foi suspenso após um pedido de vistas. Não há data prevista para sua retomada.

Os processos foram abertos depois do episódio conhecido como “Joesley Day”. No dia 17 de maio de 2017, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, divulgou que Joesley teria delatado o então presidente Michel Temer (MDB), o que gerou uma crise política e institucional no país.

No dia seguinte, com a divulgação das gravações de uma conversa entre Temer e Joesley (o empresário gravou o presidente), o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, registrou a maior derrocada em uma década. Naquele dia, o dólar teve a maior alta em 14 anos.

Segundo a acusação, os irmãos Batista teriam atuado no mercado sabendo dos potenciais efeitos da notícia sobre um acordo de delação premiada. Eles teriam lucrado indevidamente com a venda de mais de 36 milhões de ações da JBS.

Segundo o relator do caso na CVM, o diretor Otto Lobo, houve apenas uma infração – quebra do dever de lealdade do controlador. Ele votou pela aplicação de uma multa de R$ 500 mil para a J&F.

Para as demais acusações, Lobo acolheu a tese da defesa, de que os acusados não tinham controle sobre a divulgação das notícias a respeito da delação. “A mera tratativa para constituição de delação premiada não constitui informação relevante”, anotou o relator.

Os diretores Alexandre Rangel e João Accioly e o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, acompanharam Lobo. A diretora Flavia Perlingeiro pediu vistas e o julgamento foi suspenso.

Em nota, a J&F Investimentos, holding dos empresários, diz que “o julgamento da CVM desfaz a injustiça cometida contra o grupo e os empresários, ratificando a lisura e a legitimidade com as quais a J&F, seus executivos e empresas controladas sempre operaram no mercado financeiro”.

JBS reverte lucro bilionário em prejuízo de R$ 1,4 bi no 1T23

A JBS registrou um prejuízo bilionário no primeiro trimestre de 2023. A companhia reverteu o lucro de R$ 5,14 bilhões do mesmo período do ano passado em prejuízo líquido de R$ 1,45 bilhão. O resultado divulgado nesta quinta-feira (11) ficou bem baixo do prejuízo de R$ 296,7 milhões esperado pelo consenso Refinitiv.

O desempenho operacional também demonstrou queda no trimestre, com a receita líquida recuando 4,6%, para R$ 86,6 bilhões, ainda assim, foi a segunda maior receita da empresa para o período, perdendo apenas para o primeiro trimestre de 2022. 

O Ebitda contábil teve queda 79,8%, somando R$ 1,98 bilhão. Já o ajustado também registrou queda de quase 79%,  o Ebitda foi de R$ 2,16 bilhões. Aqui, a margem recuou 8,6 p.p (pontos percentuais), para 2,5%.

“Como apontamos no trimestre passado, esse período enfrentaria alta de custos dos insumos, inflação persistente e desequilíbrio entre oferta e demanda”, justificou no documento o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, listando ainda problemas de sazonalidade. “Todas as movimentações necessárias para reduzir o impacto dessas circunstâncias foram adotadas”, garantiu.

O executivo ainda apontou o preço dos gados no EUA e a Seara como culpados para o desempenho. “Nos Estados Unidos enfrentamos preço elevado de gado e achatamento da margem, além de uma performance comercial e operacional abaixo do esperado”, destacou. Na Seara, houve problemas com a queda de preços da exportações. “Tomamos as medidas para reverter a produtividade no campo e o custo dos grãos (que impactou nas margens) já se mostra mais favorável”, concluiu.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile