
Considerando o potencial de valorização decorrente do processo de dupla listagem nos EUA, somado à força do mercado de frango norte-americano, o Santander reforçou sua recomendação de compra para as ações da JBS (JBSS3) com preço-alvo de R$ 58.
“Nossa atualização sobre a cadeia de suprimentos de frango nos EUA indica que não haverá crescimento significativo da produção antes de, no mínimo, dezembro de 2025, devido à contração da base de matrizes (aves reprodutoras), altas taxas de mortalidade e limites biológicos na taxa de incubação”, explicaram Guilherme Palhares e Laura Hirata.
Enquanto isso, os preços mais estáveis e as margens atrativas estão sendo sustentados pelos estoques refrigerados continuam baixos.
“Mantemos nossa recomendação neutra para a Pilgrim’s Pride (PPC) – preço-alvo de US$ 60 – , uma vez que os ventos contrários cambiais em suas operações internacionais compensam o bom desempenho observado no mercado dos EUA”, afirmou o Santander sobre a subsidiária da JBS.
Em paralelo, no mercado dos EUA o plantel de poedeiras recuou 3% em abril de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o USDA.
Enquanto isso, mesmo com o avanço de 0,8% no número de frangas alojadas no mesmo período, isso foi anulado por uma taxa recorde de desaparecimento de 22%, usada como proxy para a mortalidade de matrizes.
“Esse aumento acentuado no desaparecimento está possivelmente ligado à redução no uso de antibióticos, em conformidade com os novos padrões de bem-estar animal, e a mudanças genéticas que impactam a resiliência dos plantéis”, analisou o banco, segundo o Money Times.
Sem uma recuperação na base de matrizes, não se espera crescimento sustentável da oferta no curto a médio prazo. Com base nas tendências atuais de alojamento de frangas, não há expectativa para um avanço significativo da oferta antes de janeiro de 2026.
JBS (JBSS3): Itaú BBA vê novo capítulo após dupla listagem
Após as perdas vividas pelas ações da JBS (JBSS3) nesta sessão, com recuo de 3,63%, negociadas a R$ 39,26, em um movimento de correção da alta expressiva da sexta-feira (23), o Itaú BBA atualizou suas expectativas quanto a dupla listagem da empresa na Bolsa de Nova York.
Os acionistas aprovaram a dupla listagem na sexta-feira, e tem expectativa de que as ações comecem a ser negociadas na Bolsa de Nova York em 12 de junho. Enquanto isso, a empresa seguirá listada no Brasil, porém via BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na B3, de acordo com a JBS.
Considerando um cenário futuro, o Itaú BBA avaliou que a a empresa pode se beneficiar da conclusão desse processo, por conta da ampliação de acesso a uma base maior de investidores e também pelo aumento da visibilidade entre investidores globais, permitindo comparações com seus pares globais.
Além disso, o aumento da flexibilidade no uso de capital próprio como fonte de financiamento é um dos efeitos esperados, o que pode potencialmente levantar capital por meio da emissão de ações e reduzir o custo de capital, segundo o Valor Investe.
A recomendação do Itaú BBA segue sendo de compra para as ações da JBS (JBSS3), com preço-alvo de R$ 51.
O banco justificou a perspectiva otimista pela “plataforma diversificada da empresa, que lhe permite navegar por diversos ciclos de proteína e regiões geográficas com volatilidade relativamente baixa”.