A XP reiterou a JBS (JBSS3) como top pick, ou principal escolha, no setor de frigoríficos. Segundo a corretora, a plataforma global da empresa, juntamente com um portfólio em expansão, deve “fornecer uma resiliência rara para um player de commodities em um negócio muito cíclico”, apontou.
Em relatório, divulgado na última segunda-feira (12), a XP também anunciou o início de cobertura da Minerva (BEEF3), com recomendação de “compra”. Os analistas entendem que a presença geográfica e a plataforma de exportação devem proporcionar à empresa um poder de arbitragem único entre os frigoríficos brasileiros, traduzindo-se em um sólido momento de resultados.
Ainda, o relatório assinado por Leonardo Alencar e Pedro Fonseca atualizou a recomendação da BRF (BRFS3) de “neutro” para “compra”, uma vez que enxerga a melhora de fundamentos, com espaço para surpresas positivas da nova gestão no processo de turnaround da empresa.
Além disso, a XP reiterou a recomendação de “compra” dos papéis da Marfrig (MRFG3). “As ações estão com desconto excessivo, em nossa opinião”, disseram os analistas.
Cenário do setor de frigoríficos, segundo a XP
A XP enxerga que o setor de frigoríficos vem se tornando menos homogêneo, devido ao processo contínuo de diversificação proteica e geográfica dos frigoríficos brasileiros, juntamente com as incertezas relacionadas ao cenário econômico dos principais mercados.
Ainda assim, os analistas apontam que a visão para o cenário brasileiro é positiva, “tanto do ponto de vista dos fundamentos, embora por razões diferentes para cada player, mas também do lado de valuation”, explicaram.
“Vemos os frigoríficos brasileiros com descontos excessivos, a maioria negociando abaixo dos múltiplos históricos, com exceção da BRF, para a qual consideramos um de-rating como justo, o que discutiremos mais adiante neste relatório, mas o aumento das margens e do Ebitda explicam nosso potencial de valorização estimado”, apontou o relatório.
Entre os principais riscos para o setor, segundo os analistas, está uma possível valorização do real, uma vez que, em média, 76% do faturamento do setor é em dólares.
Além disso, segundo analistas, o setor de frigoríficos é alvo constante de críticas, pois parte desse mercado pode estar exposta ao desmatamento. “Portanto, um fluxo de notícias negativo pode afetar negativamente as ações do setor e a percepção dos investidores, mas reconhecemos as iniciativas das empresas dentro da agenda ESG”, finalizaram os analistas.
As ações da JBS (JBSS3) tinham queda de 1,02% por volta das 16h15 (de Brasília) desta terça-feira (13). Minerva (BEEF3) registrava baixa de 1,80%. Marfrig (MRFG3) recuava 4,16% e BRF (BRFS3) perdia 6,13%.