De acordo com o mais novo relatório Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey), o número de vagas de emprego abertas nos EUA em setembro caiu para 7,4 milhões.
O resultado ficou aquém da previsão de analistas, que esperavam recuo para 7,9 milhões. O número de agosto foi revisado para 7,9 milhões, ante resultado inicial de 8 milhões.
O volume de contratações subiu para 5,6 milhões em setembro, de 5,4 milhões revisados em agosto. Já as demissões caíram para 3,1 milhões, de 3,2 milhões revisados em agosto.
Este é o primeiro dos três dados mais importantes sobre o mercado de trabalho dos EUA. Na quarta-feira (30), saem os números de emprego do setor privado de setembro em relatório produzido pela ADP (Automatic Data Processing).
Na sexta-feira (1), o Payroll, indicador favorito do Fed (Federal Reserve), divulgará o balanço completo do mercado de trabalho americano no mês anterior.
Economia dos EUA em desaceleração? Especialistam avaliam impactos na política monetária
Segundo Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, a queda no número de vagas abertas de emprego refletem a crescente cautela das empresas diante de um “cenário econômico mais incerto”.
“Em um contexto onde o consumo e a demanda estão dando sinais de desaceleração, o Fed pode ver nesses dados uma justificativa para manter ou até aprofundar cortes nas taxas de juros, a fim de estimular a economia e evitar uma desaceleração mais acentuada”, destacou Monteiro.
José Alfaix, Economista Da Rio Bravo, chama atenção para o número de demissões, que saltou para o seu maior nível desde janeiro de 2023, enquanto a vacância cai de forma geral entre as indústrias.
“No entanto, houve queda no número de demissões voluntárias. Ou seja, os trabalhadores estão menos confiantes em trocar de emprego, o que corrobora para a visão de desaceleração do mercado de trabalho”, explicou Alfaix.
Para o analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, porém, embora o Jolts reforce a tendência de redução nas vagas de emprego, é crucial observar como os demais indicadores econômicos se comportarão. “Se a tendência se confirmar, isso poderá influenciar o Fed a manter sua trajetória de cortes mais generosos”.