Ações de mercados emergentes voltaram a ser destaque no radar de grandes bancos de Wall Street. Na segunda-feira (19), O JP Morgan elevou sua recomendação de compra para ações desses países. A instituição se juntou ao BofA (Bank of América) em um coro de otimismo para ações fora dos EUA.
A decisão é impulsionada por dois fatores principais: a trégua na guerra comercial entre EUA e China e o enfraquecimento do dólar. Na semana passada, os dois países anunciaram uma trégua comercial que reduziram as tarifas por 90 dias. Os EUA cortaram as taxas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China reduziu as tarifas sobre importações americanas de 125% para 10%.
Para os analistas do JP Morgan, esse alívio nas tensões elimina um dos principais obstáculos para o desempenho das ações emergentes. A fraqueza do dólar deve continuar beneficiando esses países ao longo do segundo semestre, indicam os analistas.
O banco destacou oportunidades em países como Índia, Brasil, Filipinas, Chile, Emirados Árabes, Grécia e Polônia. No caso da China, o foco está no setor de tecnologia. De acordo com o relatório, as ações emergentes ainda estão descontadas e negociam a 12,4 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses.
Análise do BofA
O movimento do JPMorgan segue a análise divulgada na última sexta-feira (16) por Michael Hartnett, estrategista-chefe do BofA. Ele afirmou que os mercados emergentes devem superar todas as outras classes de ativos em 2025, impulsionados pela recuperação chinesa e pela desvalorização do dólar.
Hartnett também destacou uma mudança no perfil dos ativos que lideram os ganhos neste ano. Segundo ele, os chamados “trades da paz”, que se beneficiam da redução de tensões geopolíticas, estão superando os “trades da guerra”, tradicionalmente associados a choques e incertezas. As informações foram apuradas pelo portal Exame.
Ativos de emergentes registram saída de US$ 17,1 bi em março
Ativos de países emergentes registraram saída de cerca de US$ 17,1 bilhões em investimentos estrangeiros em março, conforme cálculo feito pelo IFF (Instituto de Finanças Internacionais). Esse é o nível mais fraco desde novembro de 2024.
A retração foi encabeçada pelos mercados de ações, que tiveram saída de US$ 12,4 bilhões, enquanto os títulos de dívida tiveram prejuízo líquido de US$ 4,8 bilhões – a primeira leitura deste tipo em nove meses.