Análise

JP Morgan vê BC no limite para possíveis altas nos juros

“Aumentos adicionais das projeções de inflação podem desencadear altas no segundo semestre deste ano”, alerta o banco em relatório divulgado ao mercado nesta semana

Banco Central / BC
Banco Central (BC)/ Foto: BC

De acordo com o JP Morgan, o Banco Central pode estar chegando ao seu limite, enfrentando uma situação cada vez mais difícil devido à desancoragem das expectativas inflacionárias.

“Aumentos adicionais das projeções de inflação podem desencadear altas no segundo semestre deste ano”, alerta o banco em relatório divulgado ao mercado nesta semana.

Os economistas Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a taxa Selic em 10,5% após sua reunião na próxima semana, o que está alinhado com o consenso do mercado.

A atividade econômica resiliente, o estímulo fiscal e a depreciação da taxa de câmbio, juntamente com a preocupação com a sustentabilidade da dívida pública, são fatores que afetam as expectativas inflacionárias e devem ser monitorados de forma contínua.

“Estes fatores levam a um aumento das expectativas de inflação, apesar da moderação da inflação atual. Neste ponto, ainda não acreditamos que o BCB fará meia-volta e iniciará um ciclo de altas”, pondera o JP Morgan, indicando que, com a Selic ainda em um patamar restritivo, a autoridade monetária tende a “esperar e ver”.

O colegiado deverá destacar, em seu comunicado, a importância de cautela e moderação nas decisões, sem descartar a possibilidade de ajustes futuros nas taxas de juros, conforme a avaliação do banco.

Sobre o balanço de riscos, o banco observa que, em maio, alguns membros apontaram uma inclinação para o lado positivo, enquanto em junho a maioria preferiu manter um equilíbrio simétrico. Isso exige atenção especial às possíveis indicações de ações futuras do colegiado nas próximas reuniões.

JP Morgan: EUA está avançando com moderação, diz vice-presidente

Em uma palestra promovida pela Avenue, nesta quarta-feira (24), Marina Valentini, vice-presidente da JP Morgan, trouxe uma análise detalhada sobre as estratégias de investimento no exterior e a situação econômica americana. O evento, intitulado de Avenue Connection, destacou tendências e previsões para o restante do ano.

Marina Valentini abordou a resiliência da economia americana, mesmo diante de sinais de desaceleração. Segundo ela, a economia dos Estados Unidos continua a mostrar uma tendência de crescimento moderado, projetado para um aumento ligeiramente superior a 2%. 


“O consumidor americano segue gastando bem, e isso é um dos motivos pelos quais não esperamos uma recessão iminente,” afirmou Valentini.

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