2T24

JPMorgan aponta preferências em bancões de olho nos balanços

JPMorgan reiterou sua preferência por Itaú entre os grandes bancos brasileiros

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JPMorgan (foto: Divulgação)

À medida que se aproxima a temporada de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), o JPMorgan reafirmou sua preferência pelo Itaú (ITUB4) entre os principais bancos brasileiros.

No entanto, o banco expressou um entusiasmo reduzido em relação ao Bradesco (BBDC4).

Apesar de reconhecer o potencial de longo prazo do Nubank (ROXO34), o JPMorgan opta por se manter afastado neste trimestre, devido à possível deterioração na qualidade dos ativos e aos desafios cambiais.

No México, o JPMorgan demonstrou preferência pelo Banorte, embora reconheça que os investidores podem permanecer cautelosos até que a volatilidade política se estabilize.

Nos países andinos, o banco mantém uma postura favorável aos bancos peruanos, especialmente o Credicorp, apesar das projeções mais fracas para o trimestre.

Itaú é a preferência do JPMorgan

Quanto à qualidade dos ativos, o banco observa que, após alguns meses de melhorias, as taxas de inadimplência (NPLs) parecem ter se estabilizado, pois as famílias continuam endividadas e as inadimplências das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) ainda estão em alta. Mesmo assim, os investidores parecem mais concentrados no crescimento e na recomposição das margens.

O JPMorgan destaca que o Itaú deve apresentar mais um trimestre sólido, com um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 22%.

O banco continua sendo a principal escolha da instituição no Brasil, devido à sua consistência nos resultados, forte posição de capital e um atrativo índice Preço/Lucro de 7,0 vezes, juntamente com rendimentos de 8% a 10%.

Segundo projeções, o lucro está previsto para alcançar R$ 9,9 bilhões, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Com esses números, o banco reafirma sua recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e estabelece um preço-alvo de R$ 38.

Estimativas para os bancões

Quanto ao Bradesco, o banco estima um lucro de R$ 4,3 bilhões, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 10,7%. A ênfase estará na performance do NII (receitas de juros líquidas) e NIM (margem financeira líquida), áreas que decepcionaram no primeiro trimestre de 2024, além de atualizações sobre seu plano estratégico, especialmente em iniciativas de redução de custos.

O JPMorgan reafirma sua recomendação de compra para o Bradesco, com um preço-alvo de R$ 18.

Para o Banco do Brasil (BBAS3), o JPMorgan prevê um lucro de R$ 8,5 bilhões com um retorno sobre patrimônio (ROE) de 21%.

Os principais focos serão a contribuição da Patagonia para a margem financeira (R$ 1 bilhão no 1T24) e a preocupação com o aumento da inadimplência em empresas e no agronegócio, o que pode influenciar as provisões. O banco mantém sua recomendação de compra e estabelece um preço-alvo de R$ 32.

Os analistas preveem que o Santander alcance um lucro de R$ 3,3 bilhões, com uma margem financeira (NII) afetada por um mercado fraco e um crescimento dos empréstimos de clientes que fica atrás do esperado.

O banco observa que o crescimento dos empréstimos de bancos estrangeiros está abaixo dos bancos privados, mas espera que o Santander se beneficie mais com a recuperação nos financiamentos de automóveis.

O JPMorgan também reitera compra para Santander e preço-alvo de R$ 32.