Mudança de recomendação

JPMorgan eleva Auren (AURE3) para neutro após queda de 17%

Banco vê execução sólida e alta nos preços de energia, mas mantém cautela por riscos regulatórios

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JPMorgan / Divulgação

O JPMorgan elevou a recomendação das ações da Auren (AURE3) de “underweight” (venda) para “neutra”, após uma queda acumulada de 17% nos últimos 12 meses, desempenho inferior ao do setor elétrico.

A decisão se baseia na combinação de uma execução operacional consistente e na expectativa de alta nos preços de energia no segundo semestre de 2025.

O banco também atualizou o preço-alvo dos papéis para R$ 11,50 até o fim de 2026, o que representa um potencial de valorização de 22%.

A nova estimativa considera cortes de custos mais expressivos e a ampliação do horizonte de avaliação.

Entre os destaques, os analistas apontam a boa performance dos ativos adquiridos da AES Brasil em 2024, que hoje representam 59% da capacidade instalada da Auren (5,2 GW).

Segundo o relatório, houve melhora significativa na disponibilidade desses ativos, alta de 15 pontos percentuais, em média, e avanços relevantes na redução de custos.

Outro ponto positivo foi o desempenho da área de comercialização de energia, que tem gerado resultados sólidos.

A expectativa é de uma receita anual em torno de R$ 300 milhões. No cenário-base, a projeção é de R$ 200 milhões por ano, o que representa um impacto positivo de 8% no valor presente líquido (VPL) da empresa.

Apesar da melhora operacional, o JPMorgan preferiu não adotar uma postura mais otimista (overweight, equivalente à compra), citando riscos regulatórios.

Um dos principais pontos de atenção é a possível revisão de subsídios para fontes renováveis, como a eliminação do prêmio de preço da “energia incentivada”.

Essa mudança poderia levar a uma perda de valor de até 21%, ou cerca de R$ 30 por megawatt-hora (MWh).

Propostas legislativas que visam ampliar a capacidade instalada do setor elétrico também preocupam, pois podem pressionar os preços de energia no médio e longo prazo.

Ainda assim, o JPMorgan revisou para cima suas projeções de Ebitda da Auren entre 2025 e 2027, com alta de cerca de 9%.

A revisão incorpora cortes de custos mais rápidos e a elevação da curva de preços futuros de energia.

Com base no preço atual das ações, o novo cenário-base implica uma taxa interna de retorno (TIR) real de 10,2%.