Avaliação

JPMorgan mantém recomendação da B3, mesmo sem corte de juros

“A mudança da meta fiscal foi um fator negativo, mas os juros futuros já estão refletindo riscos demais”, disse Emy Shayo, chefe de estratégia do banco

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Segundo o JPMorgan, a Bolsa brasileira – B3 – segue com perspectiva positiva, mesmo com o fim das apostas em possíveis cortes adicionais na Selic (taxa básica de juros) pelo BC (Banco Central).

“Mantemos a recomendação de compra para a bolsa no Brasil”, afirmou a chefe de estratégia para ações do JPMorgan no Brasil, Emy Shayo, em apuração da “Bloomberg”.

Até o momento, o Ibovespa, índice acionário da B3, acumula queda de 10% no ano, um dos piores resultados entre as Bolsas globais. 

A pressão no mercado de juros eliminou as apostas em cortes adicionais na Selic, ao contrário, indicando uma possível alta até o fim do ano, de acordo com o veículo.

Para Shayo, o movimento nos juros futuros, ligado aos crescentes riscos fiscais, após a mudança na meta de resultado primário para 2025 pelo governo federal, pode ser excessivo.

“A mudança da meta fiscal foi um fator negativo, mas os juros futuros já estão refletindo riscos demais”, disse ela.

JPMorgan: recessão não é uma ameaça ao Brasil

Mesmo com o avanço das incertezas, o Brasil está longe de reviver a recessão sofrida em 2015 e 2016, ainda com a piora na relação entre a dívida e o PIB (Produto Interno Bruto), avaliou a estrategista do JPMorgan.

 “O crescimento econômico e o cenário externo estão melhores e não tem inflação galopante”, afirmou.

As propostas para redução do crescimento das despesas, que estariam em discussão no governo, são pontos que podem levar a uma recuperação do mercado ainda este ano. 

A escolha do substituto para o cargo de presidente do BC, ocupado atualmente por Roberto Campos Neto, também será observada, bem como o quadro dos juros nos EUA. 

“Se a agenda de controle de gastos começar a andar e o mercado começar a ver com confiança a sucessão no BC, melhora o sentimento […] Além disso, se o Fed cortar o juro, muda a história”, finalizou a analistas do JPMorgan.