"Potencial de valorização limitado"

JPMorgan prevê ano ‘desafiador’ e rebaixa BB (BBAS3) e BTG (BPAC11)

Os profissionais acreditam que as perspectivas para o setor estão mais desafiadoras e com um potencial de valorização limitado

Foto: Wikimedia Commons
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Após conversas com executivos de bancos, líderes de players digitais e reguladores no Brasil, os analistas do JPMorgan revisaram suas perspectivas para o setor financeiro, adotando uma visão mais cautelosa.

Os profissionais acreditam que as perspectivas para o setor estão mais desafiadoras e veem um potencial de valorização limitado para os bancos, prevendo um ano difícil à frente.

Diante disso, a equipe de analistas decidiu realizar lucros e rebaixou as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e do BTG Pactual (BPAC11) de “overweight” (exposição acima da média) para “neutro”.

“Não estamos mudando nossas estimativas de curto prazo, nem nossos preços-alvo para dezembro de 2025. Mas, após uma alta de cerca de 30-38% no acumulado do ano em dólar versus o EWZ (ETF, ou fundo de índice, que segue o Ibovespa) com alta de cerca de 15%, vemos esses nomes oferecendo um potencial de alta de cerca de 12-18%”, avalia o banco americano.

JPMorgan vê cautela no setor e desafios para o Nubank

A maioria dos participantes das reuniões se mostrou cautelosa em relação ao crescimento do setor financeiro, prevendo uma piora na qualidade dos ativos.

A preocupação é especialmente com as pequenas e médias empresas (PMEs) e com clientes de baixa renda, o que pode representar um obstáculo para o Nubank (BDR: ROXO34).

“Não estamos mudando nossas estimativas de curto prazo, nem nossos preços-alvo para dezembro de 2025. Mas, após uma alta de cerca de 30-38% no acumulado do ano em dólar versus o EWZ (ETF, ou fundo de índice, que segue o Ibovespa) com alta de cerca de 15%, vemos esses nomes oferecendo um potencial de alta de cerca de 12-18%”, avalia o banco americano.

Em relação às mudanças nas recomendações, o JPMorgan considera o Banco do Brasil (BB) uma boa aposta de longo prazo, com um sólido potencial, mas acredita que o desempenho das ações será mais positivo no final do ano.

Durante as reuniões, a maioria dos participantes demonstrou uma postura cautelosa em relação às projeções de crescimento do setor financeiro. Eles preveem uma queda na qualidade dos ativos, com uma atenção especial para as pequenas e médias empresas (PMEs) e para os clientes de baixa renda, o que pode representar um risco para o desempenho do Nubank (BDR: ROXO34).

“É importante ressaltar que os players ainda não estão vendo uma piora material em seus próprios portfólios”, disso o banco.

Quanto às mudanças nas recomendações, o JPMorgan acredita que o Banco do Brasil (BB) apresenta um bom potencial de valorização no longo prazo e um desempenho consistente, mas prevê que as ações do banco devem ter um desempenho mais expressivo apenas no final do ano.

“Sobre o crédito consignado privado, também um tópico recorrente, nenhum dos participantes estava oferecendo o produto até a semana passada, e as reclamações estavam principalmente centradas em problemas operacionais e clareza jurídica entre processos específicos (por exemplo, garantias, liquidação de contratos existentes, etc.)”, afirmou.

 “Notamos que essa abordagem mudou nos últimos dias com BBAS, Itaú (ITUB4) e Banco Pan (BPAN4) oferecendo o produto. O Nubank parecia otimista em relação ao México e o PIX Finance eventualmente retomou o crescimento”, completou o JPMorgan.