Vale segue preferida

JPMorgan reduz minério; corta Usiminas (USIM5); ação desaba

Preços-alvo foram revisados para baixo para quase todas as ações, com JPMorgan listando graus de preferências entre mineradoras e siderúrgicas

JPMorgan
JPMorgan (foto: Divulgação)

O JPMorgan realizou uma revisão das empresas dos setores de mineração e siderurgia, juntamente com suas projeções para o mercado de minério de ferro.

O banco americano revisou suas projeções para o minério de ferro, reduzindo-as entre 3% e 5%, com expectativas de US$ 110 por tonelada em 2024, US$ 100 em 2025 e US$ 95 em 2026. O banco destacou que essa queda nos preços nos próximos anos terá impacto direto nas empresas latino-americanas que atuam com a commodity.

A revisão se deve à redução da produção de aço na China e aos altos estoques da commodity.

Segundo os analistas, a curva de custos do minério ainda oferece certo suporte aos preços, mas a queda no consumo de aço na China nos próximos anos será significativa.

No curto prazo, a sazonalidade pode impulsionar os preços nos próximos meses, embora esse aumento não deva se sustentar por muito tempo.

JPMorgan rebaixou Usiminas

O banco rebaixou as ações da Usiminas (USIM5) em um movimento duplo, passando de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), e cortou o preço-alvo de R$ 11 para R$ 5,50, o que representa uma queda de 6,5% em relação ao fechamento da última sexta-feira (20).

Como resultado, os papéis USIM5 apresentavam uma forte queda de 4,08%, sendo negociados a R$ 5,65 às 12h42 (horário de Brasília) desta segunda-feira (23), também impactados pela acentuada desvalorização do minério na sessão.

Os custos da siderúrgica não caíram no ritmo esperado, e o mercado de aço permanece pressionado no Brasil, o que levou o JPMorgan a reduzir sua recomendação para as ações da Usiminas. Além disso, a empresa enfrentará uma queda nas receitas provenientes da venda de minério de ferro.

Vale como preferida

A Vale (VALE3) teve seu preço-alvo reduzido de R$ 85 para R$ 77, mas ainda apresenta um potencial de valorização de 34% em relação ao fechamento da última sexta-feira.

Para os ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York), o preço-alvo foi cortado de US$ 16,50 para US$ 15, indicando um upside de 44% em comparação ao fechamento anterior.

Apesar da redução no preço-alvo, a recomendação foi mantida em overweight, sendo considerada a favorita no setor. As ações da Vale estão apresentando uma queda de cerca de 1%, acompanhando a desvalorização do minério.

O banco observa que as ações da Vale estão atualmente apresentando um desempenho inferior ao do minério de ferro, enquanto importantes desdobramentos estão ocorrendo para a mineradora, como a sucessão do CEO, que já havia impactado negativamente as ações.

Além disso, mesmo com os preços da commodity mais baixos, espera-se que isso gere um fluxo de caixa considerável. A mineradora aponta para uma melhoria em seu desempenho operacional, e o banco acredita que as expectativas dos investidores nesse aspecto são moderadas.

Ademais, a avaliação da Vale parece bastante atrativa, uma vez que suas ações estão sendo negociadas com desconto em relação aos seus concorrentes.

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