Recomendação neutra

JPMorgan revisa shoppings e não vê gatilhos para avanço

O banco JPMorgan reduziu as projeções sobre o fluxo de caixa por ação dos shoppings em 0-4% para este ano

Foto: Shopping / CanvaPro
Foto: Shopping / CanvaPro

As estimativas do JPMorgan para os shoppings brasileiros foram revisadas, mas o banco manteve as recomendações neutras para as ações do setor. A equipe do banco disse não enxergar, neste momento, gatilhos de curto prazo para uma reavaliação do setor.

O banco reduziu as projeções sobre o fluxo de caixa por ação dos shoppings em 0-4% para este ano, devido a um custo de dívida mais elevado devido à Selic alta e à maior alavancagem de algumas empresas, sobretudo no caso da Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11).

A estimativa do JPMorgan é que a Selic deve seguir elevada por um período mais longo, conforme indicado na ata recente do Copom (Comitê de Política Monetária), que sinalizou a manutenção do ciclo de aperto monetário.

São esperados mais dois aumentos de 50 pontos-base em maio e junho pela equipe econômica do banco, levando a Selic a 15,25%.

Como resultado, os preços-alvo para dezembro de 2025 foram reduzidos entre 3-4%, segundo o “InfoMoney”. No setor, o JPMorgan tem preferência pela Multiplan, Iguatemi e, por fim, Allos (ALOS3). 

As recomendações do JPMorgan

O banco tem recomendação neutra para Iguatemi (IGTI11), com preço-alvo de R$ 26 para dezembro deste ano, considerando um spread de aproximadamente 460 pontos-base em relação às taxas reais de dez anos. 

Já no caso da Allos a recomendação também é neutra, com avaliação mais barata em relação ao setor. 

Por fim, para a Multiplan (MULT3), o banco também reforçou a recomendação neutra, destacando a qualidade do portfólio da companhia, que inclui shoppings premium e expansão de projetos residenciais. O preço-alvo foi ajustado para R$ 31, com base em fluxo de caixa descontado, considerando um custo de capital específico e um prêmio de risco.

WEG (WEGE3): banco reitera compra e vê valorização de 40%

Depois de reportar os resultados do quarto trimestre de 2024, as ações da WEG (WEGE3) sofreram forte queda na sessão posterior, chegando a uma perda de quase 10% este ano. Mesmo assim, o JPMorgan reiterou sua visão positiva para o papel, com recomendação de compra, mas rebaixou o preço-alvo de R$ 67 para R$ 66, com um potencial de valorização de 40%. 

O destaque dos analistas é a capacidade da WEG de seguir entregando um forte crescimento da receita de 21% ao ano em 2025, além de manter sua margem Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação – acima de 22% nos próximos anos, com um CAGR (taxa de crescimento anual composta) do Ebitda de 19% entre 2024 e 2027.

O banco analisou que a WEG tem sido negociada a 18,5 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2025, o que representa um desconto de 35% em relação à média dos últimos 5 anos e de cerca de 20% em relação à média dos últimos 10 anos.

Como riscos para o cenário da empresa, o JPMorgan destacou que pode haver uma contribuição menor do que a esperada da Regal para o crescimento da receita e a expansão do Ebitda nos próximos anos. 

Além disso, há chance de um ajuste mais rápido do que o esperado nas margens, bem como de uma desaceleração na economia dos EUA – mercado importante para a WEG, representando cerca de 25% de sua receita.