
O Ibovespa acumula alta de 23% no ano e de 5% desde 10 de outubro — uma valorização que levou o índice à sua máxima histórica em reais. Em relatório divulgado recentemente, o JPMorgan aponta que o principal índice da Bolsa brasileira está agora apenas 4,7% abaixo da meta otimista de 155 mil pontos para o final do ano.
Assinado pelas estrategistas Cinthya Mizuguchi e Emy Shayo Cherman, o documento destaca que há espaço para que esse cenário de índice acima dos 150 mil pontos se concretize. As especialistas elencaram três fatores principais que sustentam essa projeção:
- Inflação em queda e expectativa de cortes na Selic: a inflação e as expectativas inflacionárias estão em desaceleração, o que permite que a taxa Selic caia antes do previsto pelo mercado. O JPMorgan prevê cortes de 4,25 pontos percentuais. Quanto mais o Banco Central demorar para iniciar o ciclo de afrouxamento monetário, mais rápido precisará agir quando começar;
- Afrouxamento monetário nos EUA: o Fed (Feral Reserve) cortará as taxas de juros em 29 de outubro, e a expectativa é por mais dois cortes na sequência. Segundo o banco, o movimento do Fed pode impulsionar as ações da América Latina, especialmente as brasileiras;
- Melhora no cenário tarifário: há sinais de melhora nas relações comerciais entre EUA e China, bem como entre EUA e Brasil, o que contribui para um ambiente mais favorável aos mercados emergentes.
Além desses fatores, o relatório observa que o dólar atingiu seu ponto mais baixo em julho e, desde então, tem se mantido em uma faixa de variação estreita. Um dólar mais forte — cenário que o JPMorgan não prevê — poderia limitar o potencial de alta das ações brasileiras.
Riscos Fiscais e Balanços Trimestrais
Por outro lado, o banco também chama atenção para riscos fiscais. O aumento dos gastos no Brasil pode comprometer as metas orçamentárias e atrasar o início do ciclo de flexibilização monetária. Além disso, conforme destacou o InfoMoney, a temporada de balanços do terceiro trimestre deve vir pior do que o esperado, o que pode moderar o ritmo de valorização da Bolsa.