Em dezembro, a taxa de juros do cartão de crédito rotativo subiu para 440,8% ao ano, em comparação com 434,4% registrados no mês anterior, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (6).
O cartão de crédito rotativo compreende uma linha de crédito pré-aprovada associada ao cartão, incluindo saques realizados na função crédito. Em caso de inadimplência, o banco é obrigado a oferecer ao cliente a opção de parcelar o saldo devedor ou fornecer outra alternativa para quitação da dívida em condições mais favoráveis, dentro de um prazo máximo de 30 dias.
Além disso, de acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), os juros sobre novas operações no rotativo e no parcelado, realizadas a partir de 3 de janeiro deste ano, não podem exceder 100% do valor original da dívida.
Em dezembro, a taxa de juros do parcelamento do cartão de crédito registrou variação para 195,6%, em comparação com os 196,8% observados no mês anterior. Como resultado, a taxa de juros total do cartão de crédito variou para 89,5%, ante 91,4% anteriormente.
“Reduzir tamanho do juro do cartão é apenas medida paliativa”, diz analista
O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou, na quinta-feira (21), um limite máximo de 100% para as taxas de juros no rotativo do cartão de crédito, incidindo sobre dívidas não quitadas pelos usuários.
Na visão dos analistas ouvidos pelo BP Money, essa é muito positiva, no entanto, não tem um efeito efetivo na economia e na resolução do problema. “Tem seu lado positivo, mas somente ela, não resolve”, destaca o educador financeiro da Martello EF e especialista em investimentos, Thiago Martello.
“Parece muito positivo para o bolso da população, afinal o valor se torna menor. Só que tem um efeito muito pesado na economia”, afirmou o economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, Fabio Louzada.
Martello recorda que, anteriormente, o valor da dívida no rotativo anual poderia chegar a até 400%, e normalmente chegava. “O lado positivo é que o endividado não correrá mais o risco de fazer com que a dívida dele se multiplique por 4, e sim no máximo por 2”, afirmou.
“A grosso modo, melhorou bastante, é uma medida muito factível e plausível, não tem nenhuma contestação quanto a isso”, destacou o especialista em investimentos.
No entanto, ressaltou que apenas isso não resolverá o problema. “Se as pessoas se endividavam mesmo chegando com a dívida a 400%, imagina agora chegando a 100%, a população continuará se endividando. Se a pessoa estava disposta a entrar em dívida podendo multiplicar a 4x, agora pode encorajar mais ainda”,
“Portanto, definitivamente, apenas reduzir o tamanho deste juros não resolve, é apenas uma medida paliativa, ‘é um remédio para o sintoma e não para a causa’”, acrescentou Martello.