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Kabum: Ex-donos ameaçam com ação e Magazine Luiza (MGLU3) deve reagir

Os irmãos Thiago e Leandro Ramos, do Kabum, foram demitidos por justa causa

A compra do Kabum pelo Magazine Luiza (MGLU3), oficializada em 2021, se tornou uma disputa judicial e segue sendo questionada pelos fundadores da plataforma de informática e games. 

Em abril, os irmãos Thiago e Leandro Ramos, do Kabum, foram demitidos por justa causa, e agora, devem entrar com uma ação de calúnia e difamação por alegações do Magazine Luiza sobre os motivos dos desligamentos, segundo apurou o Estadão/Broadcast, do Grupo Estado.

Alegação do Magalu

Nesse sentido, o Magalu, por sua vez, afirmou à reportagem “que pode entrar, no futuro, com processo contra os irmãos Ramos para reaver danos gerados pela acusação”. Sem detalhar, a varejista informou à Justiça do Trabalho que os irmãos Ramos teriam usado o Kabum, após a aquisição, para pagar contas particulares, importar carros e abrir uma empresa concorrente.

Desse modo, a corte trabalhista é uma das frentes por meio das quais os irmãos questionam o Magalu. O foco é a demissão da dupla, no entanto, para a varejista, o processo nem poderia ser movido em comum pelos irmãos, já que eles foram desligados por motivos diferentes. A empresa citou três situações.

Em primeiro lugar, a varejista alega que os irmãos teriam pedido à secretária da empresa que cuidasse de questões pessoais, o que pode implicar uso de recursos da companhia para fins privados. A outra situação seria o uso de recursos do Kabum na compra de dois carros de luxo importados por eles. E por fim, que eles teriam aberto uma empresa concorrente ao Kabum, algo vetado pelo contrato de venda da plataforma à varejista.

Reação

Através do escritório de advocacia Warde, Thiago e Leandro Ramos encaminharam uma interpelação criminal a Frederico Trajano, CEO do Magalu, e a outros executivos da empresa. Nessa interpelação, foi concedida uma oportunidade de retratação pública em relação às declarações feitas, enquanto também se alertava sobre a potencialidade de medidas legais por calúnia e difamação. A interpelação e outras duas notificações que rebatem as acusações são do fim de abril e início de maio deste ano.

A defesa dos irmãos Ramos apresentou mensagens de correspondência com um conselheiro, tratando da importação dos automóveis e explorando a possibilidade de que os montantes correspondentes pudessem ser deduzidos de créditos fiscais pertencentes ao Kabum, conforme o estipulado em contrato, e que seriam destinados aos irmãos Ramos.

Em relação à suposta concorrente criada por eles, os advogados argumentam em peça do processo que a Mosca Holding LTDA, nome da empresa, é apenas uma sociedade patrimonial. Exclusivamente imobiliária e que tem aluguéis, desde sua fundação, como única fonte de receita, e em cujo capital social imóveis de propriedade de Leandro Ramos foram integralizados.

Sobre as funções de secretárias, a defesa diz que a varejista fez diligência trabalhista antes de adquiri-la. Portanto, conhecia as atribuições das funcionárias. No entanto, pessoas próximas à varejista, indicam que a Kabum teria muitas provas não juntadas ao processo, já que ainda não apresentou sua defesa formal.

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