
Para definir suas estratégias de investimentos internacionais, a Kínitro Capital não comprou o discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, de radicalismo nas tarifas de importação, apostando em movimentos mais brandos de negociação entre países. Para a RI da empresa, Lia Liserra, o anúncio de tarifas recíprocas comprova essa posição.
Liserra falou sobre o assunto em entrevista ao BP Money no Smart Summit, evento que ocorre nesta sexta-feira (14) no Rio de Janeiro. A empresa é gestora do Kínitro 30 multimercado, fundo que buscar oportunidades ao redor do globo. Os investimentos da empresa estão concentrados nos EUA, Japão e Brasil.
Posicionamentos da Kínitro para cada país
“O governo iniciou com uma narrativa de ‘guerra tarifária’ desde o início do ano, porém o nosso entendimento é que seria uma negociação mais branda”, destaca Liserra.
Ela afirma que esse posicionamento está sendo confirmado pelo anúncio das tarifas recíprocas, nesta quinta-feira (13), que deve iniciar um processo de negociações mais complexo que as tarifas de 10% a todos os parceiros, prometidas anteriormente.
“A gente entende e viu depois de ontem que vai ser uma tarifa feita caso a caso, vai ser país a país, então vai ter que ter uma negociação“, explica.
Considerando esse contexto, a Kínitro está comprada em uma cesta de moedas de países desenvolvidos e vendida no dólar.
Sobre o Japão, a Kínitro projeta que o país deve aumentar os juros, sendo a única nação desenvolvida em movimento de elevação da taxa ao longo de 2025. “Com isso estamos tomados na taxa de juros e comprados no Iene”, afirma Liserra.
Já para o Brasil, a empresa considera que os ativos estão com ótimos preços e aguarda o melhor momento para aumentar posições.
“Principalmente as ações de utilities estão realmente num preço muito atrativo. Então a gente está começando a montar as posições em brasil, porque os preços desses ativos que a gente gosta estão em um momento muito bom”, considera Liserra.