A Eastman Kodak, marca centenária e referência na fotografia, informou que sua continuidade está ameaçada.
Em relatório divulgado na segunda-feira (11), a empresa afirmou não ter recursos ou financiamento garantido para quitar US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões) em dívidas futuras.
O documento cita “dúvidas substanciais” sobre a capacidade de manter as operações. Como medida emergencial, a companhia pretende suspender pagamentos do plano de aposentadoria para preservar caixa.
Apesar da crise, a Kodak disse que tarifas internacionais não devem afetar significativamente seus negócios, já que a maior parte da produção de câmeras, tintas e filmes é feita nos EUA.
Estratégias para evitar a insolvência
O CEO Jim Continenza afirmou que a empresa “continua avançando em seu plano de longo prazo, apesar do ambiente desafiador”.
Em nota à CNN, um porta-voz destacou a confiança em pagar parte do empréstimo antes do vencimento e refinanciar ou reestruturar o restante.
O mercado reagiu de forma negativa: as ações da Kodak (KODK) caíram mais de 25% no pregão de terça-feira (12).
Do auge ao declínio
Fundada oficialmente em 1892, a Kodak revolucionou a fotografia com a câmera portátil de 1888 e o slogan “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”.
Nos anos 1970, detinha 90% do mercado de filmes e 85% das vendas de câmeras nos EUA.
O declínio começou com a invenção da própria empresa: a câmera digital, criada em 1975, mas nunca explorada como modelo de negócios rentável.
A perda de espaço para concorrentes levou ao pedido de falência em 2012, quando acumulava US$ 6,75 bilhões em dívidas.
Em 2020, chegou a ensaiar uma recuperação com aval do governo americano para fabricar ingredientes farmacêuticos, o que provocou alta temporária nas ações.
Hoje, além de filmes e produtos químicos, a marca licencia seu nome para itens de consumo e busca expandir presença no setor farmacêutico.