Lemman decide entrar pessoalmente no caso Americanas (AMER3)

Credores demonstram esperanças com vinda do trio de acionistas principais da varejista

Lemman decide entrar pessoalmente no caso Americanas (AMER3)
3G Capital decide entrar pessoalmente no caso Americanas / Creative Commons

O trio principal de acionistas da Americanas (AMER3), os empresários Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira e Jorge Paulo Lemman da 3G Capital, chegam, entre esta sexta-feira (3) e domingo (5), ao Brasil para negociar pessoalmente uma solução para o caso Americanas (AMER3), segundo a CNN apurou com fontes próximas dos dois.

A varejista enfrena uma crise desde 11 de janeiro, dia em que soltou o fato relevante anunciando “inconsistências contábeis” encontradas em seu balanço no valor de R$ 20 bilhões. Atualmente, a dívida já soma R$ 47,9 bilhões e a empresa está em processo de recuperação judicial.

A vinda dos três megaempresários acendeu esperanças, nos credores, de um encaminhamento positivo para a solução do problema. Para eles, é um sinal de que eles estariam dispostos a evoluir nas tratativas e possivelmente injetar recursos próprios na salvação da empresa, de acordo com a CNN.

Na quinta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou Lemann. “Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra. Ele era o cara que financiava jovens para estudarem em Harvard para formar um novo governo. Era um cara que falava contra a corrupção todo dia. E depois ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões”, disse Lula, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV!.

Americanas (AMER3) acusa BTG de participação em rombo bilionário

A Americanas (AMER3) está acusando o BTG Pactual (BPAC11) de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões, que resultou no pedido de recuperação judicial da varejista. Em um documento judicial, a empresa incluiu cartas de circularização do banco à PWC para embasar a afirmação. As informações foram obtidas pelo “Broadcast”, do grupo “Estadão”.

Na interpretação da varejista, as respostas do BTG à empresa de auditoria mostram que não foram registrados passivos, mas apenas ativos da empresa com a instituição financeira. Logo, o banco teria supostamente uma parcela de culpa no rombo bilionário.

“O BTG também teve participação nos atos que culminaram no cenário periclitante atual. Aliás, não apenas participação, mas conivência e culpa”, afirmaram os advogados da varejista nos autos. “O BTG, na verdade, indicou somente ativos do Grupo Americanas, contribuindo para as inconsistências contábeis”, complementou a Americanas.

O BTG acabou se manifestando na tarde desta quarta-feira (30): 

Como já esclarecido por outros bancos, a elaboração e aprovação de demonstrações financeiras que espelhem a realidade da companhia são responsabilidade única, exclusiva e não transferível da própria companhia e sua administração, incluindo sua diretoria e seu conselho de administração.

O BTG Pactual sempre tratou as suas operações com a Americanas de forma transparente, tanto que os saldos das operações foram regularmente reportados para o Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central. Tais informações são plenamente acessíveis pela empresa devedora e terceiros autorizados por ela.

É completamente inconcebível alegar que o BTG Pactual iria compactuar com prática que poderia comprometer a sua exposição junto à companhia. A leviana criação de narrativas no intuito de atribuir aos Bancos qualquer tipo de responsabilidade neste lamentável episódio tem por objetivo desviar a atenção do problema central.

O BTG Pactual tem a firme convicção da correção de suas práticas e não se furtará a fazer valer todos os seus direitos.