LFF aprova acordo de R$ 2,3 bi com investidores; XP antecipará aporte

A  intermediou as negociações entre a Liga Forte Futebol (LFF) com Life Capital Partners e a Serengeti Asset Management, que se comprometeram a aportar R$ 2,3 bilhões nos times do bloco

A disputa entre a XP (XPBR31) e o BTG Pactual (BPAC11) pelo controle do futebol brasileiro ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (30). A companhia fundada por Guilherme Benchimol intermediou as negociações entre a Liga Forte Futebol (LFF) com Life Capital Partners e a Serengeti Asset Management, que se comprometeram a aportar R$ 2,3 bilhões nos times do bloco. Desse montante, a XP garantiu a antecipação de R$ 500 milhões aos clubes. 

A contrapartida é que os investidores receberão 20% das receitas comerciais do bloco pelos próximos 50 anos. O prazo começa a contar em 2025. O acordo prevê que a LFF comercializará em bloco os seus direitos de transmissão, seja qual for o cenário do Campeonato Brasileiro, se for Liga ou ainda organizado pela CBF.

Dos 26 clubes que integram a LFF, apenas Internacional, Náutico e Atlético-MG não assinaram. Eles ainda precisam completar trâmites internos para aderirem ao acordo.

Em suas redes sociais, o CEO da XP, Guilherme Benchimol, comemorou o acordo. “Finalmente, conseguimos reunir a maior parte dos clubes do futebol brasileiro para construir a Liga Forte do Futebol Brasileiro. Algo histórico e transformacional para o nosso futebol e nosso país. O objetivo agora é fazer do nosso principal esporte, o maior espetáculo do mundo”.

“Duelo de bilhões” no futebol; entenda a disputa

A XP e o BTG Pactual buscam atrair apoios para viabilizar suas ligas próprias. De um lado, o BTG, junto com o Codajáras Sports Capital, atraiu um investimento de R$ 4,75 bilhões do Mubadala Capital para a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Sendo que a proposta envolve uma fatia de 20% da liga a ser criada, por um prazo de 50 anos. As informações são do “NeoFeed”.

Em termos parecidos, a XP trouxe um investimento de R$ 4,85 bilhões de um consórcio da gestora brasileira Life Capital Partners (LCP) e do fundo americano Serengeti Asset Management, para a Liga Forte Futebol (LFF).

Os dois representantes já buscam alternativas para vencer a disputa. O Mubadala já se movimentou e apresentou uma nova proposta, adicionando um valor de R$ 2,4  bilhões a mais por 12,5% das receitas de um bloco comercial, e não de uma liga, para negociar as cotas de transmissão.

À reportagem, Sergio Carneiro, diretor-executivo do Mubadala no Brasil, afirmou que o fundo não pode ser refém. “Nós atendemos 95% dos pleitos e chegamos no limite do que podíamos fazer de concessões”, disse. “A hora é agora e vamos seguir em frente”, concluiu o representante.

Anteriormente, em negociação que envolveu o bloco da LFF, o fundo flexibilizou questões como o aporte total atrelado à adesão dos 40 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro. Nesse intervalo, aceitou pagar R$ 4 bilhões caso os 18 times que se alinharam à Libra aceitassem o acordo.  Agora, o grupo definiu que o bloco será criado a partir da adesão de quatro grandes times: Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo.

No entanto, se comprometeu a antecipar R$ 3 milhões para cada time, incluindo aqueles além do quarteto, na assinatura do contrato, prevista para o fim deste mês.

“O mundo ideal seria caminhar direto para a liga”, diz Bruno Amaral, sócio do BTG que lidera as ações do banco nesse processo. “Mas o formato do bloco comercial não exclui a criação da Libra. É um passo intermediário para que isso aconteça e vamos seguir gastando toda nossa energia nessa direção.”

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