A concessionária de energia Light (LIGT3) teve um início de semana bastante movimentado. Nesta segunda-feira (15), a companhia teve o pedido de recuperação judicial aceito pela 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Com isso, este se torna o 8º maior processo de recuperação judicial da história do país.
Com a medida, as ações da distribuidora fecharam com alta de 1,04% com papéis cotados a R$ 3,89, nesta segunda. O resultado positivo destoa completamente do que se viu na sexta (12), quando, no pregão do Ibovespa, os papéis da Light abriram com um derretimento de mais de 17%, negociados a R$ 3,85. Por volta das 10h20, as ações da companhia entraram em leilão.
Ficou determinado que a empresa siga cumprindo as obrigações operacionais para com a sociedade, cumprindo as metas de qualidade estabelecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), sob pena de cassação da tutela concedida pela recuperação judicial.
A defesa da Light na Justiça alegou que a crise da empresa se agravou nos últimos anos, decorrente dos altos índices de furtos de energia no Rio de Janeiro. Além disso, os investimentos feitos pela empresa para diminuir os furtos não obtiveram os resultados esperados.
Recuperação judicial é a 8ª maior da história do Brasil
A Light se tornou a 8ª maior recuperação judicial da história do Brasil após o pedido de ter sido aprovado pela Justiça. O valor da dívida da holding que controla a concessionária Light é de R$ 11 bilhões, ficando logo atrás da recuperação judicial da OGX, de R$ 12,3 bilhões. As informações são do Estadão.
A companhia elétrica alegou que os problemas enfrentados pela empresa são um problema da segurança pública do Rio de Janeiro e não da capacidade da Light de negociar dívidas.
“Esse é um pedido de recuperação bem atípico porque aponta o Estado como o problema. Dizem que, no Rio, já há muitos casos de roubo de cabos e de energia”, afirma Marcello Marin, da Spot Finanças.
Apesar de nesse caso, a Light poder contar com auxílio do estado carioca, algumas fontes ouvidas pela reportagem afirmam que a tendência de empresas enfrentando problemas em manter as contas em dia vai continuar neste ano.