A Light (LIGT3) está numa “sinuca de bico”. O resultado do quarto trimestre de 2022 será apresentado nesta quinta-feira (16) e analistas ouvidos pelo BP Money não projetam números positivos vindos da companhia.
Rumores sobre um pedido de recuperação judicial rondam a empresa faz algum tempo, apesar das negativas da companhia sobre o assunto.
Neste cenário de incerteza, especialistas não recomendam a compra das ações.O CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, Leonardo Piovesan, desencoraja quem quer se arriscar.
“Hoje não vale investir nas ações da empresa. é um risco relevante”, resume. Piovesan aponta dois caminhos que a companhia pode seguir.
“As duas alternativas da Light são: ou decidir renovar a concessão e chegar em algum acordo para mudar os termos do contrato ou ela pode aceitar devolver a concessão até 2026 para União para ser relicitada”, opinou.
Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, endossa a fala do colega, mas ainda vê um pouco de esperança.
“Realmente se espera uma mudança na empresa. Se não acontecer acho realmente que ela vai ficar encrencada. A empresa nega que está prestes a pedir uma RJ, mas tem uma dívida de mais de R$ 8 bilhões. Ela está tendo problemas para conseguir resultados bons que acabem com o problema, mas acabou de ser aprovado hoje um aumento de tarifa de 7%, o que deve dar um fôlego”, avaliou.
Na terça-feira (15), as ações da companhia fecharam em queda de 2%, com os papéis sendo vendidos a R$ 2,45.
Light vai deve pedir recuperação judicial ?
A Light (LIGT3) deve pedir recuperação judicial em breve, de acordo com o jornalista Lauro Jardim, do “O Globo”. A empresa de energia precisa de um financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.
A companhia é responsável pelo atendimento de toda a região metropolitana do Rio de Janeiro. A empresa sofre, entre outros problemas, com índices elevados de perdas não técnicas, devido a fatores como furtos de energia.
Desde 2020, Ronaldo Cezar Coelho detém 20% da Light e Beto Sicupira, um dos controladores da Americanas (AMER3), outros 10%.
Mudança de CEO
Em julho do ano passado, o conselho da Light aprovou Octávio Lopes para o cargo de CEO, após a renúncia de Raimundo Nonato.
O novo CEO da Light estava na presidência da varejista de casa e decoração Tok&Stok desde setembro 2020, onde liderou a transformação digital da companhia. Além disso, o executivo fundou e foi CEO da Equatorial Energia de 2004 a 2007.
Em seu mandato, participou da grande reestruturação financeira e operacional de sua principal subsidiária, a Cemar, além de seu IPO em 2006.
Lopes também foi CEO da Magnesita Refratários e de sua sucessora Magnesita International, entre 2012 e 2017, tendo liderado a fusão da Magnesita com a RHI, a integração das duas empresas e o IPO na Bolsa de Valores de Londres da companhia combinada.
Formado em economia pela Universidade de São Paulo, o executivo possui um MBA pela Wharton School na Universidade da Pensilvânia, da qual é membro do Executive Board for Latin America desde 2008.