Light (LIGT3): credores criticam plano de recuperação judicial

Segundo a nota divulgada pelo grupo, o plano apresentado pela Light à Justiça “transfere riqueza ao acionista, o que é ilegal, imoral e injusto”

O plano de recuperação judicial anunciado pela Light (LIGT3) na última sexta-feira (14), foi alvo de críticas de uma parte dos credores da companhia de energia. 

Em nota, o Grupo de Debenturistas da Light Sesa, alega que “a lei proíbe as concessionárias de energia elétrica de se submeterem a uma recuperação judicial na forma pretendida pelo Grupo Light”.

O coletivo diz representar mais de 3 milhões de investidores pessoa física, que teriam emprestado, por meio de fundos de investimentos ou diretamente, “R$ 5 bilhões para a melhoria dos serviços de fornecimento de energia elétrica no Rio de Janeiro”.

Segundo a nota divulgada pelo grupo, o plano apresentado pela Light à Justiça “transfere riqueza ao acionista, o que é ilegal, imoral e injusto”. “Não há justificativa de proteger qualquer credor, inclusive pessoas físicas, pois restaram outros mais de 3 milhões reféns desse ato ilegal”, diz a nota do grupo de credores.

Segundo o texto, o plano de recuperação judicial defendido pela Light “inviabilizaria de forma permanente a capacidade do Grupo Light de se financiar no mercado, além de representar relevante incerteza sobre as diretrizes que regem os financiamentos de todo o setor elétrico brasileiro”.

As opções de pagamento

A Light traz seis opções de pagamento a credores em seu plano de recuperação judicial, entregue à Justiça do Rio de Janeiro na sexta-feira (14). Destes, quatro apontam para recuperação integral de créditos, incluindo uma que prevê conversão de dívida em ações.

Já os outros dois propostos pela Light terão, ao menos, um desconto de 60% dos créditos em um leilão reverso, além de uma emissão de novas debêntures, bonds ou instrumentos de dívida com desconto de 20%.

A primeira opção é a possibilidade de recebimento integral e à vista de créditos de até R$ 10 mil por cada credor detentor de títulos de dívida na data de apresentação do plano, especialmente debenturistas. Segundo o “Infomoney”, esta é direcionada a quase 25 mil investidores pessoas física (mais de 60% do total) que compraram debêntures da companhia.

Ainda de acordo com à publicação, uma outra opção é a capitalização de créditos quirografários de titularidade dos credores, no âmbito do qual os referidos credores receberão novas ações a serem emitidas pela Light S.A., sendo assegurado aos acionistas direito de preferência para a subscrição do aumento.

Outras duas possibilidades que apontam recebimento integral de créditos mencionam que: a Light e a Light Energia são coobrigadas, em condição de credor apoiador; e que a Light e a Light SESA são coobrigadas, em condição de credor apoiador, participando de captação de novos recursos.

Quanto ao leilão reverso, só poderão participar credores que ofereçam um desconto não inferior a 60% do respectivo crédito. Por fim, existe a possibilidade de emissão de novas debêntures, bonds ou instrumentos de dívida equivalentes para pagamento dos créditos de titularidade dos credores quirografários, com desconto de 20%.