Credores da Light (LIGT3) protocolaram na Justiça do Rio na tarde desta quinta-feira (11), uma petição em que pedem para que não seja prorrogada a suspensão do pagamento da dívida da companhia.
O pedido se dá na véspera do fim do prazo da medida cautelar obtida pela Light que concedeu proteção contra credores por 30 dias. Como a medida pode ser prorrogada por mais um mês, os credores anteciparam a provável pedido da Light para prolongamento da decisão.As informações são do jornal “O Globo”.
A petição submetida à 3ª Vara Empresarial do Rio foi assinada pelos escritórios Ferro, Castro Neves, Daltro & Gomide e Leonardo Espíndola Advogados, que representam credores detentores de mais de R$ 4 bilhões em debêntures da concessionária de energia.
Os credores argumentam que, passado um mês, “nada foi negociado ou efetivamente proposto” pela Light e sustentam que a concessionária “só pretende ganhar tempo para obter um haircut (redução do valor da dívida)” sobre os credores.
No pregão do Ibovespa desta quinta, as ações da Light fecharam com forte alta de 8,88%, com papéis cotados a R$4,68.
Ministro é contra renovar concessão da Light
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que distribuidoras de energia sem “eficiência de gestão” não deveriam participar do processo de renovação de concessões. Em sua fala, ele mencionou a Light, que presta serviços no Rio de Janeiro.
“Não podemos permitir que empresas que não têm eficiência de gestão continuem participando de processos de renovação ou que busquem exclusivamente as soluções desses processos nos corredores da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e do ministério de Minas e Energia, e a Light é um exemplo disso”, disse em entrevista à CNN na segunda-feira (8).
“A Light não vem apresentando ao Ministério respostas à altura, com relação a sua eficiência administrativas”, completou. A empresa vem travando disputas judiciais nos últimos meses para suspender o pagamento de partes de suas obrigações financeiras.
O governo deve divulgar em breve o modelo para renovação das concessões de distribuidoras de energia elétrica. Pelo menos duas dezenas de contratos no setor vencem até 2030. Juntas, elas têm faturamento anual de quase R$ 100 bilhões e representam 62% do mercado nacional.
“Eu acredito em um modelo que não tenha onerosidade — ou seja, em que não seja cobrado um ônus de outorga para essas renovações —, mas que seja cobrada a ampliação do volume de investimentos e da qualidade do serviço prestado aos brasileiros e brasileiras”, disse o ministro.
O Tribunal de Contas da União (TCU) tem cobrado uma definição sobre o futuro dessas concessões, que abrangem 57 milhões de unidades consumidoras no país.