Em recuperação judicial, o processo de reestruturação da Light (LIGT3) enfrenta sérios obstáculos para progredir. A empresa desistiu do “acordo de confidencialidade” que havia proposto a credores que têm cerca de R$ 5 bilhões em debêntures da concessionária de energia. O documento viabilizaria negociações para pôr fim à relação belicosa entre as duas partes, mas a Light alegou que a postura dos credores é um obstáculo para o início das conversas. As informações são do jornal “O Globo”.
Segundo a publicação, o documento, conhecido como NDA (na sigla em inglês), havia sido enviado pela Laplace, assessoria financeira que representa a concessionária, à BeeCap, que fala em nome de fundos que detêm R$ 5 bilhões da dívida da distribuidora de energia. Representante do grupo que assessora os debenturistas afirma que o grupo estava disposto a assinar o documento, mas que a própria Laplace desistiu desse caminho logo no início das tratativas. A falta de entendimento entre as duas partes já havia sido noticiada pela imprensa no mês passado.
A Light já assinou um NDA praticamente idêntico com a Moelis, que representa fundos detentores da dívida da companhia emitida no exterior (“bonds”).
Nesta quinta-feira (15), as ações da distribuidora fecharam com alta de 1,96%, sendo cotadas a R$ 7,29.
Light: AGE aprova pedido de recuperação judicial
A Light informou, em comunicado arquivado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que a sua Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada na sexta-feira (9), ratificou o pedido de recuperação judicial. O pedido foi ajuizado em 12 de maio e deferido em 15 de maio.
Segundo a Light, participaram da AGE acionistas titulares de 262.797.936 ações ordinárias, representativas de 70,5% de seu capital social total e votante. De acordo com o mapa final de votação, a recuperação judicial foi aprovada por 94,48% do total dos acionistas. Uma fatia de 1,06% rejeitou a ratificação do pedido. E 4,46%¨se abstiveram.