O presidente da Light (LIGT3), Octavio Lopes, informou que a companhia pode solicitar a renovação da concessão ainda em maio. Embora não haja compromisso de rever os termos concessão pelo Ministério das Minas e Energia e pela Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel), órgão regulador, o CEO da Light acredita que haverá êxito. A concessão vence em 2026, mas após o pedido de revisão o regulador e o governo terão 18 meses para se manifestar, prazo que vai até novembro de 2024.
“Não temos compromisso do poder concedente em relação à antecipação da renovação, mas acreditamos que ela faz sentido, já que houve outros casos desse tipo. Vamos manifestar interesse em renovar a concessão em termos mais sustentáveis para a companhia e o poder concedente tem 18 meses para se manifestar”, disse Lopes em entrevista para o jornal “O Globo”.
Para o períodoico, o CEO disse que o pedido de recuperação judicial, aceito nesta segunda-feira (15) pela Justiça do Rio de Janeiro, é o melhor caminho para garantir a sustentabilidade do grupo e da concessão. Ele disse que o elevado endividamento da distribuidora (Light Sesa) levou a esta alternativa e que a empresa tentou uma solução via negociação com credores.
De acordo com Lopes, um pequeno grupo de credores não quis negociar, o que poderia trazer o caos ao abastecimento de energia. A empresa atende 11 milhões de clientes no Rio de Janeiro e Minas Gerais e sofre com furtos de energia numa escala elevada. Só no ano passado, a Light perdeu cerca de R$ 1 bilhão devido a conexões ilegais, a custos judiciais para cobrança e à inadimplência.
Justiça acata pedido de recuperação judicial
O pedido de recuperação judicial da Light foi aceito pela Justiça do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda. O juiz Luiz Alberto Alves, da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deferiu o pedido. Com isso, este se torna o 8º maior processo de recuperação judicial da história do país.
Ficou determinado que a empresa siga cumprindo as obrigações operacionais para com a sociedade, cumprindo as metas de qualidade estabelecidas pela Aneel, sob pena de cassação da tutela concedida pela recuperação judicial.
De acordo com reportagem do G1, a defesa da Light na Justiça alegou que a crise da empresa se agravou nos últimos anos, decorrente dos altos índices de furtos de energia no Rio de Janeiro. Além disso, os investimentos feitos pela empresa para diminuir os furtos não obtiveram os resultados esperados.