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Light (LIGT3) rejeita contraproposta feita por ‘bondholders’

Contraproposta foi mal recebida pela Light, dizem fontes

Detentores de bônus emitidos pela Light (LIGT3), em recuperação judicial, apresentaram à companhia, na semana antes do Carnaval, uma contraproposta ao acordo de pagamento que a empresa vinha tentando costurar com estes credores, segundo informações do “Valor”. Segundo fontes ouvidas pelo jornal, a contraproposta, no entanto, foi mal recebida pela Light e desde então houve uma parada nas negociações.

Ainda no ano passado a Light vinha negociando com os detentores de aproximadamente R$ 3 bilhões em bônus um acordo de pagamento que previa — entre outros pontos — a realização de leilão reverso para recompra de até R$ 500 milhões em títulos emitidos pelas concessionárias Light Energia S.A. e Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light SESA).

Em resposta à Light, o plano dos bondholders previa uma taxa de conversão de dívida em participação acionária mais favorável aos credores. A intenção era novamente desalavancar a companhia, cujas dívidas incluídas no processo de recuperação judicial somam cerca de R$ 11 bilhões.

“A contraproposta foi recusada”, resume a fonte sob condição de anonimato, acrescentando que o principal acionista da Light, o investidor Nelson Tanure, detentor de 30,05% do capital da holding Light S.A., endureceu as negociações com os bondholders.

“[Tanure afirmou que] a injeção de R$ 1 bilhão não está mais na mesa”, conta a fonte. Procurada, a a Light optou por não comentar tanto a contraproposta dos bondholders como a possível retirada do aporte de R$ 1 bilhão.

Na avaliação da fonte, ainda há chance de a companhia e os detentores de bônus chegarem a um acordo antes da Assembleia Geral de Credores (AGC) marcada para 21 de março. “Mas estamos perdendo tempo com uma postura que não é construtiva”, opina.

Light anuncia mudança na diretoria após renúncia

A Light emitiu fato relevante no final de janeiro informando aos seus acionistas e ao mercado em geral uma mudança na sua diretoria executiva.

Conforme o comunicado, durante reunião do Conselho de Administração, Rodrigo Tostes Solon de Pontes foi eleito como diretor financeiro e de relações com investidores. Ele assumirá a nova função a partir da próxima segunda-feira (5).

Rodrigo entra no lugar de Valdir Gomes Barbosa Sobrinho, que renunciou nesta terça. Ele fca para cumprimento do restante do mandato, até 31 de agosto de 2024.

Rodrigo é formado em Direito com especialização em Stanford, com mais de 20 anos de experiência e grande capacidade de execução em projetos de turnaround. Atuou em posições C-Level para grandes empresas em diversos segmentos. Anteriormente à Light, atuou como CFO da Descomplica Edtech, além de experiências como CEO da CCR VLT Rio de Janeiro, CFO e COO do Comitê Olímpico Rio 2016 e CFO e CEO para América do Sul na Thyssenkrupp, entre outras.