Livro Bege: inflação e emprego desaceleraram nos últimos meses

O Livro Bege indica que a inflação e o emprego aumentaram em um ritmo menor entre abril e maio

O Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões monetárias do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), foi divulgado nesta quarta-feira (31). De acordo com o documento, a inflação e o emprego aumentaram nos EUA no período de abril até o começo de maio, porém em um ritmo menor do que nos meses anteriores.

“O emprego aumentou na maioria dos distritos, embora a um ritmo mais lento do que em relatórios anteriores”, afirmou o Livro Bege. “Os preços subiram moderadamente durante o período do relatório, embora a taxa de aumento tenha diminuído em muitos distritos”, acrescentou.

No entanto, o documento ainda aponta que o mercado de trabalho dos EUA ainda permance forte, ofecerendo dificuldades a empregadores de diversos setores para contratar funcionários com diferentes níveis de habilidade. Em contrapartida, os setores de construção, transporte e finanças apresentaram condições melhores.

A respeito do cenário inflacionário, as lideranças consultadas pelo Fed reveleram esperar “um ritmo semelhante de aumentos de preços nos próximos meses”, após a desaceleração recente.

Ainda segundo o Livro Bege, os gastos dos consumidores dos EUA ficaram estáveis ou apresentaram aumento na maioria dos distritos, enquanto a atividade da indústria não sofreu alterações significativas mesmo com a melhora constante da cadeia de suprimentos.

Fed: ata do Fomc diz que possível alta de juros divide integrantes

O Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) divulgou na última quarta-feira (24) a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). De acordo com o documento, alguns dirigentes do órgão monetário comentaram que, com base em suas expectativas, o progresso no retorno da inflação para 2% poderia continuar inaceitavelmente lento e que provavelmente seria necessário um reforço adicional da política monetária em reuniões futuras.

Apesar disso, a ata reitera que “vários participantes” observaram que, se a economia evoluísse de acordo com suas perspectivas atuais, talvez não seja necessário mais firmeza política após a última reunião.

Segundo o documento, embora os dados de inflação nos EUA até março tenham arrefecido, os membros do Fed ainda consideraram a taxa inflacionária do país alta.

“Os participantes observaram que, embora a inflação básica de bens tenha moderado desde meados do ano passado, ela desacelerou menos rapidamente do que o esperado nos últimos meses, apesar de relatos de vários contatos comerciais sobre as restrições da cadeia de suprimentos continuarem diminuindo”, disse o texto.

Ainda de acordo com a ata do FOMC, todos os participantes reafirmaram seu forte compromisso de retornar a inflação ao objetivo de 2% e permaneceram altamente atentos aos riscos de inflação.

“Alguns participantes comentaram que as recentes ações e comunicações de política monetária ajudaram a manter as expectativas de inflação bem ancoradas, o que consideram importante para o alcance das metas do Comitê. Os participantes enfatizaram a importância de comunicar ao público a abordagem dependente de dados dos formuladores de políticas, e a grande maioria dos participantes comentou que a linguagem ajustada na declaração pós-reunião foi útil a esse respeito”, afirmou o texto do Fed.