Longe de Wall Street, Ibovespa cai puxado por blue chips e crises em Brasília

O dólar comercial caiu 0,12% a R$ 5,19

Ao contrário das máximas históricas registradas pelas bolsas americanas nesta segunda-feira (30), o Ibovespa encerrou em queda após acumular ganhos acima de 2% na última semana. O resultado de hoje, apesar de ser uma correção, foi puxado por blue chips e pelos insistentes temores com a instável política institucional e a crise hídrica no Brasil.

No cenário interno, o mercado está atento aos desdobramentos em Brasília em meio às manifestações incentivadas pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro. As questões levantadas giram em torno do voto impresso no ano que vem e do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O noticiário político também cobriu as falas duras de Bolsonaro após o mesmo afirmar que existem apenas três possibilidades para o seu futuro: a prisão, morte ou vitória.

Já a crise hídrica segue preocupando investidores devido aos alarmantes riscos ao comportamento da inflação e da atividade econômica no território brasileiro.

Entre as quedas da bolsa, as instituições bancárias registraram baixas em reflexo do anseio de sofrerem uma represália mais pesada por parte do governo ao mercado depois da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) ter revelado pretensão de emitir um manifesto com pedido de harmonia entre os Três Poderes.

Com isso, Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) caíram 0,72% e 1,07%, respectivamente.

Entre as commodities, a Petrobras se afastou do dia positivo no exterior e fechou com desvalorização de 1,24%. A estatal formula o resgate prévio de seus bônus de US$ 1,3 bilhão e retificou o desejo de vender integralmente sua fatia na Braskem (BRKM5).

Ainda no setor, a Vale (VALE3) perdeu 0,64%, enquanto a Usiminas (USIM5) ganhou 0,76%.

Fora do país, os ânimos em Wall Street permanecem calmos após o discurso do chairman do Federal Reserve (banco central dos EUA), Jerome Powell, na sexta-feira (27). 

Frente ao ambiente positivo, papéis como os da Microsoft e Netflix subiram 1,3% e os da Apple avançaram 3%. As altas impulsionaram os índices S&P 500 e Nasdaq, que bateram recordes históricos.

Bolsa

O Ibovespa teve queda de 0,78%, a 119.739 pontos com volume financeiro negociado de R$ 21,478 bilhões.

Dólar

O dólar comercial caiu 0,12% a R$ 5,189 na compra e a R$ 5,189 na venda.

Ibovespa pela tarde

Às 14h06 (horário de Brasília) o índice mantinha recuo de 0,54%, a 120.020 pontos. O dólar comercial registrava leve avanço de 0,01% a R$ 5,19.

Índice ao meio-dia

Às 12h07 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,54%, a 120.029 pontos. O dólar comercial tinha alta de 0,08% a R$ 5,19.

No início desta tarde, o Ibovespa reflete o impacto da crise hídrica na inflação. Na manhã desta segunda-feira (30) foi divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que registrou recuo de 0,66% em agosto. 

A alta do preço da energia elétrica é um fator que influencia na inflação ao consumidor. Segundo afirmou André Braz, coordenador dos índices de preços, por meio de nota publicada pela FGV, “se não fosse a crise hídrica, o IGP-M apresentaria desaceleração mais forte”. (veja mais aqui). 

Como foi a abertura do Ibovespa?

Às 10h22 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha queda de 0,49%, a 120.083 pontos. O dólar comercial tem alta de 0,16% a R$ 5,20.

Nesta segunda-feira (30), o Ibovespa opera em queda, após ter encerrado em alta na semana passada. Um dos fatores que impactam o desempenho do índice é o cenário fiscal e político brasileiro.

Investidores aguardam a votação da reforma do Imposto de Renda na Câmara doa Deputados e a apresentação do parecer da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios. 

Pré abertura da Bolsa

O Ibovespa encerrou em alta na sexta-feira (27), com um avanço de 1,65%, sendo o melhor resultado computado na semana. A partir disso, o índice acumulou uma crescente semanal de 2,22%. O desempenho foi um reflexo da melhora do cenário internacional com atenção para as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), durante o simpósio em Jackson Hole.

Na sessão desta segunda-feira (30) as bolsas mundiais operam próximas a estabilidade, no início de uma semana em que vários indicadores econômicos serão divulgados. Além das falas de Powell que ainda são repercutidas.

A autoridade não deu detalhes sobre o cronograma de desaceleração dos estímulos do Fed.

Ainda no radar, atenção para os preços do petróleo, após a passagem do furacão Ida, que afetou o estado do Texas e a costa de Louisiana. Os preços da commodity recuaram numa máxima de quatro semanas.

O barril de petróleo tipo Brent teve perda de 0,55%, e o WTI caiu cerca de 1%.

As bolsas europeias operam de forma positiva nesta segunda-feira, refletindo as negociações overnight. O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias europeias, sobe 0,1%.

Já na Ásia, a maior parte das bolsas encerraram em alta, investidores da região seguem atentos ao noticiário, em que novas regras, por parte do governo chinês, devem ser anunciadas.

A alteração na regulamentação pode dificultar ainda mais o processo de listagem de empresas de internet do país na bolsa dos EUA.

Ainda no radar, investidores aguardam dados oficiais serem divulgados na China à noite, como informou o Infomoney.

Confira os principais índices às 7h41:

ÁSIA
Nikkei 225 [+0,54%]
S&P/A SX 200 [+0,22%]
Hang Seng [+0,52%]
Shanghai [+0,17%]

EUROPA
DAX [+0,15%]
FTSE 100 [+0,32%]
CAC 40 [+0,18%]
SMI [-0,08%]

ÍNDICES FUTUROS EUA
US 30 [+0,02%]
US 500 [+0,06%]
US Tech 100 [+0,11%]
US 2000 [+0,18%]

COMMODITIES
Ouro [-0,01%] US$ 1.819,25
Prata [+0,26%] US$ 24,172
Cobre [+0,93%] US$ 4,3720
Petróleo WTI [-0,60%] US$ 68,36
Petróleo Brent [-0,07%] US$ 71,66

 

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