Parece que as comemorações de aniversário de Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores individuais da Bolsa, começaram mais cedo. Faltando um mês completar 83 anos, o investidor já está se presenteando antecipadamente.
Isso mesmo, enquanto os investidores sofrem com as oscilações de ações como IRB (IRBR3) e Cielo (CIEL3), Barsi aproveita a queda dos papéis para comprar ainda mais. “Estou até vibrando com a cotação da Cielo, que está baratinha, porque estou comprando bastante”, respondeu o executivo quando questionado sobre sua compra de ações controversas como essas no passado.
Sua história com IRB é parecida. Na sexta-feira (4), a cotação caiu para R$ 2,82 e o investidor comprou mais 1,5 milhão de ações da empresa, expandindo ainda mais a participação no seu capital – e quase “de graça”, como ele define. Especula-se que Barsi tenha desembolsado R$ 4,5 milhões na operação.
“Ainda estou comprando IRB para médio e longo prazo”, confessou, reafirmando sua ideia de que, a partir de setembro deste ano, a resseguradora começará a entregar resultados positivos.
Em 2021, as ações do IRB e da Cielo caíram 50,9% e 38,9%, respectivamente. Já neste ano, a Cielo mostrava crescimento de 1,8% até dia 8 de fevereiro, mas o IRB ainda enfrentava perdas de 23,4%.
Apesar dos aportes, as ações das duas empresas não representam nem 3% de sua carteira de ações que, de acordo com Barsi, já soma mais de R$ 4 bilhões. O restante do patrimônio está investido principalmente em papéis de empresas que pagam dividendos elevados, estratégia que ele chama de carteira de ações previdenciária, que segue sem trégua há décadas e o transformou em bilionário e numa referência para os investidores de varejo.
Embora Cielo e IRB não paguem dividendos elevados no momento, o executivo enxerga nelas oportunidades de obter bons proventos para o futuro. “Eu não compro só empresas que paguem bons dividendos, compro aquelas que apresentam perspectivas de pagar bons dividendos”, afirma.
Barsi é conhecido como “rei da Bolsa’’ e ele opera no mercado há 53 anos, apenas um a menos que a “idade” do Ibovespa, criado há 54 anos. Em julho do ano passado, ele se tornou um dos principais entusiastas de IRB ao comprar ações da resseguradora e chegar a uma participação superior a 1,5% no seu capital social.
Ao falar sobre a queda contínua das cotações de IRB, Barsi explicou que o pequeno investidor tem que pensar como “um agiota de longo prazo”. “Você coloca seu dinheiro na poupança e deixa lá por três ou quatro anos rendendo nada. Se você tiver o mesmo temperamento com as ações, em dois anos você pode ganhar dez vezes mais do que a poupança”, disse.
Ele ainda exemplificou esta visão com a postura dos principais acionistas da resseguradora, o Bradesco e o Itaú, com participação de 15,8% e 11,5% da IRB, respectivamente. “Você não os vê vendendo tudo, para depois recomprar as ações. Eles estão lá, parados”, completou.