Lula critica Campos Neto e diz que nível da Selic não tem justificativa

Presidente ainda afirmou que a economia brasileira vai continuar crescendo apesar dos juros altos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou, nesta quarta-feira (2),  suas críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula afirmou que o líder da instituição financeira não possui um entendimento adequado sobre o Brasil e o “seu povo”. 

Além disso, Lula mencionou que a decisão de manter a taxa Selic inalterada a 13,75% carece de justificativa. Durante um encontro com correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto, o presidente também afirmou que a economia do Brasil continuará se expandindo, mesmo diante das taxas de juros elevadas.

Vale lembrar que, nesta quarta-feira (2), após o fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciará sua decisão sobre o nível da taxa básica de juros, com amplo consenso de que a Selic será reduzida.

O consenso entre os economistas consultados pela Reuters em uma pesquisa espera redução de 0,25 ponto percentual, no entanto, os operadores se mostravam mais divididos, com a curva a termo de juros embutindo probabilidade de 52% de que o BC cortará a Selic em 0,50 ponto.

Banco Central deverá cortar Selic nesta quarta

 

O Copom (Comitê de Política Monetária) irá decidir nesta quarta-feira (2) se irá manter ou não a taxa básica de juros no patamar atual de 13,75%. Segundo analistas consultados pelo BP Money, é consenso no mercado que a Selic será cortada, com os agentes financeiros divididos quanto ao tamanho do corte, de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

“Um corte na taxa de juros na reunião de hoje é praticamente uma certeza do mercado, a chance da Selic se manter estável é extremamente baixa. O corte mais esperado pelos analistas é de 25 bps, porém algumas casas ainda apostam no corte de 50 bps, sendo de fato a minoria”, disse Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital. 

Na visão de Lucas Lima, analista-chefe da VG Research, o BC pode estar inclinado a reduzir a taxa de juros em 0,50 ponto percentual, pois a melhora recente dos dados de inflação e a desaceleração econômica do País vêm pressionando a autoridade monetária.  

“A inflação desacelerou bastante no Brasil e no mundo no primeiro semestre de 2023, refletindo principalmente a redução no preço das commodities. Os últimos dados do IPCA mostraram uma deflação acima da expectativa e com melhora importante nos núcleos. Já a prévia do PIB registrou uma queda de 2% no mês de maio. Acredito que os melhores dados de inflação juntamente com decepção no crescimento econômico jogam uma pressão extra para o Banco Central começar o ciclo de cortes com 50 pontos”, afirmou Lima.