Não há qualquer discussão dentro do governo Lula (PT) de mudar a lei de independência do Banco Central, segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Em entrevista à “CNN”, o ministro também disse que a atual taxa de juros do Brasil – atualmente em 13,75% – prejudica investimentos. Além disso, Padilha afirmou que um dos mecanismos de prestação de contas previsto na lei de independência do BC é a ida ao Congresso Nacional do presidente da autarquia.
As declarações do ministro surgem em um momento de tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto.
Campos Neto irá propor nova meta de inflação para 2023
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou a membros do governo Lula que defenderá uma mudança na meta de inflação de 2023. As informações são do jornal “Metrópoles” e foram publicadas nesta quinta-feira (9).
A nova meta de inflação que deve ser estabelecida pelo BC para 2023 é de 3,5%, acima dos 3,25% que havia sido colocado anteriormente. A margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A alteração da meta de inflação para 2023 deve ser proposta por Campos Neto na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 16 de fevereiro.
O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do planejamento, Simone Tebet, além de Campos Neto.
A proposta de Campos Neto, caso ocorra, acontecerá após críticas do presidente Lula ao alto patamar da taxa básica de juros (Selic) no Brasil e defender o aumento da meta de inflação.
Lula critica BC e diz que atual taxa de juros atrapalha o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última terça-feira (7). Lula afirmou que o País terá dificuldades de crescer com a atual taxa básica de juros, mantida em 13,75% pelo Banco Central.
Para o petista, a taxa de juros poderia ter estar em patamares menores. Lula entende que isso ajudaria na geração de empregos e no crescimento econômico, já que juros altos elevam o preço do crédito.
“Não é possível que a gente queira que este país volte a crescer com taxa de 13,75%. Nós não temos inflação de demanda. É só isso. É isso que eu acho que esse cidadão [Campos Neto], indicado pelo Senado, tenha possibilidade de maturar, de pensar e de saber como vai cuidar deste país. Ele tem muita responsabilidade”, disse Lula.