O Ibovespa registrou uma valorização inesperada no último dia 11 de dezembro; contudo, não havia uma explicação clara para a alta. Por outro lado, um fato que marcou o pregão foi o anúncio de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria submetido a um novo procedimento médico. A alta do índice foi de 1,06%, com 129.593,31 pontos.
Além disso, no pregão de quarta-feira (11), investidores aguardavam o desfecho da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic. A taxa básica de juros foi elevada em 1 p.p. (ponto percentual).
Diante desse cenário, o BP Money consultou um grupo de especialistas que destacou a relação entre o avanço do Ibovespa e o noticiário envolvendo o presidente Lula. Segundo os analistas, a precificação do mercado, no pregão em questão, ocorreu por conta do futuro político do presidente.
“O governo Lula e eventual reeleição, ou vitória de algum candidato apontado por Lula em 2026, indicam uma tendência de continuidade da política fiscal como está atualmente”, explicou um analista de economia que preferiu não se identificar. Ele acrescentou que a atual gestão busca o ajuste fiscal pelo lado da correção, com risco de “implosão do arcabouço fiscal”.
Esse cenário é motivado pelo aumento acelerado das despesas obrigatórias, o que reduz os recursos para investimentos e outros gastos discricionários. Isso leva ao risco de que, eventualmente, em 2028/2029, essas despesas obrigatórias ultrapassem o crescimento do total do orçamento permitido pelo arcabouço fiscal.
O que de fato aconteceu com o Ibovespa no dia 11?
Analistas explicaram que houve especulação no mercado sobre a possibilidade de o petista não concorrer à reeleição. Essa abordagem de apetite ao risco trata da antecipação de um cenário para 2026 ou 2027.
“Quando Lula foi internado, o mercado aumentou um pouco a probabilidade de ele não se candidatar à reeleição. Isso acabou sendo interpretado pelo mercado como uma notícia positiva”, complementou Beto Saadia, Diretor de Investimentos da Nomos.
Além disso, também foi apontado que os preços internacionais do petróleo pesaram sobre o Ibovespa. Isso fez as ações da Petrobras (PETR4) — que têm grande peso no índice — registrarem alta.
No dia 11, também começaram as conversas sobre o pacote fiscal começar a tramitar no Congresso. Ou seja, o fator Lula teve peso, mas outras notícias também foram positivas.
Por fim, houve um alívio na curva de juros com prazos mais longos, o que também contribuiu para o viés positivo na Bolsa, explicou Gianluca Di Mattina, especialista em investimentos da Hike Capital.
Presidente tem alta e Ibovespa volta a cair
Com o presidente liberado para retornar às suas funções, o mercado também voltou suas atenções para a questão fiscal do País. Com isso, o que se viu foram novas quedas. A última delas, no pregão desta quarta-feira (18), o principal índice acionário da bolsa brasileira derreteu e chegou ao patamar dos 120 mil pontos. Na contramão, o dólar dispara e alcança valores recordes na sua história.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão com baixa de 3,15%, aos 120.771,88 pontos, a pior queda em mais de dois anos, desde a desvalorização de 3,35% em 10 de outubro de 2022.
O enredo que embala o mercado financeiro nas últimas sessões se repetiu mais uma vez, com os investidores tendo em vista a possibilidade do pacote fiscal não ser aprovado ainda este ano e retirando suas apostas. A decisão do Fed em reduzir os juros nos EUA também influenciou o Ibovespa e o dólar.