Sem cortes no social

Lula: “Queria fazer ajuste fiscal na rentabilidade dos banqueiros"

Presidente voltou a descartar a hipótese de desvinculação de pensões e benefícios da política de ganhos reais do salário mínimo

Presidente Lula
Presidente Lula / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em mais um discurso inflamado e direcionado à militância, como tem sido frequente nos últimos dias, o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira (28), as pressões do mercado para que seu governo promova um ajuste fiscal e reduza as despesas públicas.

Ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de vários ministros, Lula participou da cerimônia de anúncio de investimentos do governo federal em Minas Gerais, focados nas áreas de energia e educação.

Em seu discurso, Lula novamente descartou a possibilidade de desvincular pensões e benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) da política de aumentos reais do salário mínimo.

“Gente do céu, o mínimo é o mínimo. O nome já diz. Como eu posso discutir fazer ajuste fiscal em cima do mínimo do mínimo? Eu queria fazer ajuste fiscal na rentabilidade dos banqueiros deste país, que ganham dinheiro especulando na Bolsa de Valores todos os dias. Não vou mexer nas pessoas mais humildes”, afirmou o presidente, arrancando aplausos do público.

“Eu já tinha sido presidente, mas eu queria voltar para ensinar uma lição às pessoas que não gostam da gente. Este país sempre foi governado para apenas 35% da população, não chegava a 40%. O pobre só era enxergado em época de eleição”, continuou Lula.

“Nós resolvemos incluir o povo neste País. Ninguém é pobre porque quer ser pobre.”

Lula: alta do dólar é consequência de especulação

presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ao mercado, nesta sexta-feira (28), que os recentes aumentos do dólar em relação ao real são resultado de especulação com derivativos, enfatizando que o Banco Central tem o dever de investigar essa situação.

Durante entrevista à rádio FM O Tempo durante sua visita a Minas Gerais, Lula também declarou que considera o patamar atual da taxa Selic, de 10,50% ao ano, como “irreal”, defendendo que a inflação está sob controle.