Crítica a privatizações

Lula: "tem coisas que têm que ser inexoravelmente do Estado"

"É assim na Alemanha, na França e nos Estados Unidos", disse o presidente, que também defendeu que o Estado trabalhe juntos aos empresários

Lula
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas sobre privatizações de empresas públicas, citando a Eletrobras (ELET3), Petrobras (PETR4) e Sabesp (SBSP3) como exemplo.

“Tem coisas que têm que ser inexoravelmente do Estado. É assim na Alemanha, na França e nos Estados Unidos”, disse Lula.

De acordo com o presidente, privatizar empresas consideradas estratégicas representa “um Estado que não se respeita, pessoas que não pensam no Brasil”.

“Muita gente foi levada neste país pela famosa teoria de que tem que abrir o mercado para todo mundo, que importante é o livre acesso ao comércio. Livre acesso ao comércio quando é para vender o produto deles aqui dentro. Quando é para vender os nossos produtos lá fora, a gente sabe a dificuldade que é”, sinalizou Lula.

O presidente negou estar fazendo, com seu discurso, uma crítica à iniciativa privada e defendeu que o Estado trabalhe em parceria com os empresários.

Lula sobre Telebras (TELB4) e Vale (VALE3)

Lula afirmou que a Vale (VALE3) é uma empresa que “não tem dono” e que a privatização dificulta a negociação de indenizações relativas à barragem de Mariana.

“A Vale, que tinha uma diretoria, eu sabia quem era o presidente, a gente sabia quem era. Hoje nessa discussão que a gente está, de fazer um acordo para receber dinheiro de Mariana, o dinheiro que prometeram pro povo, você não tem dono. Uma tal de corporate que não tem dono, monte de gente com 2%, monte de gente com 3%”, disse Lula.

Sobre a Telebras (TELB4), o presidente da República defendeu a manutenção da empresa nas mãos da companhia para evitar o monopólio de informações na mão de “duas ou três empresas”.

“Uma empresa como essa aqui é um garante que a gente pode discutir inteligência artificial sem ficar subordinado a apenas duas ou três nações, que já estão na frente”, afirmou o presidente.