Coletiva de Imprensa

Lula: "Tenho que decidir se antecipo nome para o BC"

A afirmação do presidente aconteceu na manhã desta terça (23), durante café da manhã com jornalistas

Lula
Presidente Lula (Foto: Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comentou nesta terça-feira (23), sobre a transição do presidente do Banco Central, que atualmente é Roberto Campos Neto. “Tenho que decidir se antecipo nome para o BC“, disse Lula.

A afirmação do presidente aconteceu na manhã desta terça-feira (23), durante café da manhã com jornalistas. Este foi o primeiro evento nesse formato em 2024. No ano passado, foram realizados quatro encontros como este.

O evento ocorre em um período de queda na popularidade do governo, que está buscando melhorar sua imagem e fortalecer a coordenação política.

O governo de Lula enfrenta atualmente uma crise com o Congresso Nacional, levando o mandatário a indicar encontros com o comando das Casas. Fora da agenda, no domingo, recebeu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“Não tive reunião com Lira; tive conversa, é diferente“, diz Lula

Lula se esquivou de dar detalhes, durante a coletiva de imprensa desta terça-feira (23), sobre a conversa que teve com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no domingo, defendeu a articulação política e minimizou a crise na relação entre o Executivo e o Legislativo.

“Sobre o Lira, se eu fizesse uma reunião com o Lira e quisesse que a imprensa soubesse eu falaria isso. Eu não tive uma reunião com o Lira, eu tive uma conversa. É diferente. Se fosse uma reunião, eu teria levado meus líderes. Então, não sou obrigado a dizer o que eu conversei com Lira”, disse Lula em café da manhã com jornalistas.

“Eu sinceramente não acho que a gente tenha problemas no Congresso. O que temos é uma coisa normal da política”, acrescentou.

Para tentar mostrar que não há problemas com o Congresso, o presidente lembrou que começou a governar com o país antes de tomar posse, com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição. Ele também destacou outras conquistas do governo nos plenários da Câmara e do Senado.

“Eu comecei a governar antes de tomar posse, foi uma anomalia. Num país em que o presidente só tem 70 deputados, a gente conseguiu aprovar a PEC da Transição. Como explicamos a aprovação da reforma tributária? Ou seja, de todos os processos que o governo mandou, todos foram aprovados. Então qual é a briga com o Congresso? A briga é normal da divergência política. Se não tivesse divergência não seria necessário ter três poderes”, afirmou Lula.

Haddad vê que sucessão de Campos Neto não causará turbulências

Roberto Campos Neto passará o cargo de presidente do BC (Banco Central) até o dia 31 de janeiro de 2025. Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, acredita que o movimento será “civilizado e tranquilo”, sem causar turbulências no mercado. 

Haddad revelou, em entrevista à Globonews nesta segunda-feira (15), manter um diálogo franco e permanente com o presidente do BC. Atualmente, a autonomia do BC, aprovada desde 2021, fixou limitações à influência do Executivo quanto às decisões sobre a política monetária. 

Os mandatos do chefe da autoridade monetária e do Palácio do Planalto não podem mais coincidir, conforme as regras vigentes. Logo, sempre ao terceiro ano de cada governo o novo presidente assume o BC, de acordo com o “InfoMoney”.